Jovem jogador superou dificuldades na infância e acorda às 4h em São Miguel Paulista para dar sequência ao sonho de jogar futebol
Essa é mais uma daquelas histórias de superação por meio do esporte. De um garoto jovem, da periferia, de infância difícil, que busca no futebol dar uma vida melhor à família. Apenas os primeiros passos foram dados para que esta meta seja alcançada, mas Emerson Duran demonstra nas atitudes e palavras estar no caminho para que seus objetivos se tornem realidade. E é com a camisa do São Caetano na Copa São Paulo de Futebol Júnior que ele espera ganhar confiança, destaque e reconhecimento.
Aos 17 anos, chegou ao Azulão para teste de um mês e acabou aprovado pelo técnico Fahel Júnior. Mas quem vê apenas o fim da história não sabe que ele foi reprovado no Guarani pouco antes, mesmo depois de se destacar na Taça das Favelas, a qual disputou pelo Jardim Miragaia e perdeu nas quartas de final. “Achei que meu sonho tinha desabado com aquela derrota”, lembrou.
Morador da Vila Curuçá, em São Miguel Paulista, acorda às 4h para vir a São Caetano treinar. “Força, meu filho. É o que escuto todos os dias. É um poço de onde tiro forças para ir à luta”, afirmou o jogador.
“Vinha não dando certo em alguns outros clubes, e quando cheguei no São Caetano estava sem confiança, mas fui muito bem recebido pela comissão e pelos atletas. A partir daí me adequei muito rápido à programação do clube, e fico muito feliz em defender este escudo de glória e muita história, que não só me abriu as portas, mas me abriu os braços e me acolheu em momento tão difícil da minha carreira”, continuou.
Quando criança, Emerson Duran e a família foram despejados da pensão onde moravam. Depois, tiveram de deixar às pressas outra moradia que pegou fogo, com o agravante de retirar em tempo seu irmão, que é especial (tem paralisia cerebral). Tudo isso serve como combustível em seu dia a dia. “O resumo é raça, persistência e fé.”<EM>
O meia-atacante não esconde o sonho de jogar na Europa, em clubes como Real Madrid ou Barcelona, e defender o País, para “dar muito orgulho com a amarelinha”. “Mas agora minha cabeça está totalmente focada no Azulão, quero fazer história e virar um ídolo, um exemplo”, projetou ele, que enxerga Matheus Henrique e Nonato, crias são-caetanenses e hoje no Grêmio e no Inter, respectivamente, como exemplos. “Fizeram por merecer estarem lá e deixaram um legado para nós, que almejamos o mesmo.”
MUDANÇA
A diretoria surpreendeu ao demitir o técnico Fahel Júnior na semana passada, que comandaria o time na Copinha. O motivo foi a crise financeira pela qual o clube atravessa.
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