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'Kombi do raio X' volta ao PA Bangu
Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
21/12/2010 | 07:31
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Os pacientes que se dirigem ao PA (Pronto Atendimento) do bairro Bangu, em Santo André, e precisam fazer exames de raios X estão sendo encaminhados ao PA Central em uma Kombi da Prefeitura, em um processo que pode levar até três horas. De acordo com informações de funcionários, a máquina, que está em manutenção, deve voltar a funcionar apenas no ano que vem.

No entanto, o problema se estende desde janeiro, quando os pacientes que precisavam de radiografias também eram transportados em uma Kombi para realizar o procedimento. Medida que está sendo adotada novamente. Sem trânsito, o deslocamento leva até 10 minutos.

A equipe do Diário ficou das 17h30 às 20h em frente ao PA Bangu, ontem, aguardando a chegada do veículo que levaria alguns pacientes. Pouco mais das 20h, dois foram encaminhados para fazer o exame no PA Central, enquanto outros dois desistiram após espera de quase três horas. Alguns optaram por ir de carro, outros disseram que voltariam hoje.

Entre os que decidiram esperar pela Kombi estavam o menino Cauê Gabriel, 6 anos, e seu pai, Cleiton César, que aguardavam pelo transporte havia três horas. Com hematomas na cabeça devido a uma queda, o menino precisava fazer um raios X e chorava de dor. "É um desrespeito com o contribuinte", disse o pai.

Sem paciência para esperar, Eugênio Rossi Junior, 48, decidiu fazer o trajeto de carro, ontem pela manhã. "Demorei uma hora e meia para fazer tudo, quando poderia ter terminado em meia hora", disse o funileiro, que precisava fazer radiografia do tórax. "É um absurdo que isso aconteça em uma cidade como Santo André", reclamou o irmão do paciente, Cilas Santos Rossi.

No domingo, a recepcionista Olívia Rodrigues, 19, moradora do Parque Erasmo, aguardou das 21h30 até meia-noite para ser encaminhada e fazer radiografia da cabeça. "Isso porque desisti e fui de carro", reclamou.

A necessidade de transferir o paciente para outro posto de saúde para fazer o exame prolonga o tempo de atendimento em cerca de duas horas, considerando o tempo de execução do procedimento médico e o deslocamento entre os PAs.

Ao chegarem no local do exame, os pacientes precisam aguardar o resultado da radiografia e são levados de volta para a unidade do Bangu, no mesmo veículo. Segundo os pacientes, o exame é feito rapidamente, mas o retorno ainda é demorado.

Paciente afirma que problema durou o ano inteiro 

Um dos usuários que estavam no PA Bangu, ontem à tarde, relatou que o problema na máquina de raio X durou o ano todo. Ele estava acompanhado de seu filho para passar em consulta com o pediatra e não dependia do exame.

O homem, que preferiu não se identificar, ficou surpreso ao saber que o problema na máquina ainda persistia após meses. "Fui atropelado em abril. Quando cheguei para ser atendido, não consegui fazer o raio X e pedi a um parente que me levasse. Em setembro, o mesmo aconteceu com meu filho, que estava com início de pneumonia e precisava da radiografia dos pulmões. Tive que levá-lo por conta própria, e ainda não queriam permitir que fosse de carro. Foi um absurdo", relatou o homem, indignado.

Procurada, a Prefeitura informou que o equipamento de raio X do PA Bangu vem apresentando quebras constantes, e que por isso está em processo de contratação a terceirização deste serviço, incluindo a compra de equipamento mais moderno.




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