"Risadinha" era um dos apelidos de Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos, uma das nove pessoas que morreram pisoteadas em um baile funk em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, após ação da Polícia Militar na madrugada deste domingo, dia 1°. A lembrança de como o adolescente era conhecido é do tio, o ascensorista Roberto de Oliveira, de 44 anos.
"Ele era muito querido. Enquanto a gente estava resolvendo as coisas, procurando por ele, umas 100 pessoas apareceram na casa dele. Colegas, amigos de infância, parentes. Ele tinha o apelido de "risadinha". Ria de tudo, não ficava mal. Era muito feliz", disse.
As expressões sérias apareciam apenas para as fotos para as redes sociais, relembra o tio. Oliveira diz que o adolescente não dava trabalho para a família e que os bailes eram a sua diversão. "Ele só tinha tamanho, era um menino bom. Tanto que o pai dele já é falecido, morreu há uns oito anos, e ele não entrou para o crime."
O corpo de Gustavo está sendo velado e será enterrado em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, na tarde desta segunda-feira, 2. "Muita gente está vindo. Vão reservar um ônibus para trazer as pessoas para cá. Teve amiguinho dele que veio a pé", contou Oliveira.
Ao longo do domingo, a família do garoto procurou por ele já com a certeza de que Xavier era uma das vítimas. Ele aparecia desacordado e caído no chão em um dos vídeos que circularam nas redes sociais. À noite, o corpo foi reconhecido pelos familiares. "Ali, o mundo acabou para a gente", disse o tio do menino.
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