A terceira edição da Operação Pé D’Água da Prefeitura de São Bernardo começa amanhã. A ação, cujo objetivo é minimizar o impacto das chuvas de verão no município, terá mutirões preventivos em regiões mapeadas como áreas de riscos na cidade até 15 de abril. A intenção é que a força-tarefa entre 13 secretarias faça o trabalho de informação e prevenção de acidentes enquanto a Defesa Civil fique concentrada no atendimento de ocorrências.

Conforme a administração municipal, 350 profissionais, sendo 250 agentes comunitários de saúde e 100 servidores públicos, serão responsáveis por realizar visitas às áreas vulneráveis a deslizamentos e enchentes da cidade para promover instruções de prevenção, identificação de riscos e distribuição de material informativo, calendários e folders com contatos da Defesa Civil.

O prefeito Orlando Morando (PSDB) ressalta ainda que, na temporada 2019/2020, os moradores de São Bernardo poderão contar com o reforço do Piscinão do Paço, maior obra de drenagem da cidade, entregue em agosto. O reservatório tem capacidade para armazenar 220 milhões de m³ de água. Além disso, a administração destaca investimento de R$ 60 milhões na execução de obras de prevenção, como construção de taludes em diversos bairros da cidade.

“Hoje posso garantir que estamos mais preparados e seguros com relação aos riscos de ocorrências causadas pelas chuvas de verão”, afirma o chefe do Executivo.

OBRAS

As ações preventivas para o período de chuvas engloba 19 obras para construção de taludes em 14 assentamentos precários e irregulares, beneficiando um total de 3.275 famílias, por meio de investimento de R$ 24,8 milhões.

Outras nove intervenções estão sendo realizadas pela Secretaria de Serviços Urbanos nas nove áreas mais impactadas pelas fortes chuvas de março deste ano – quando dez pessoas do Grande ABC morreram. As obras estão recebendo investimento de R$ 34 milhões, sendo R$ 30 milhões do governo estadual e contrapartida municipal de R$ 4 milhões. A previsão é que o pacote de melhorias seja finalizado ainda neste ano.

Durante a vigência da operação, agentes da Defesa Civil irão reforçar o trabalho de acompanhamento e vigilância 24 horas para atuar em casos de possíveis enchentes, solapamentos de margens de córregos, movimentação e deslizamento de terra, abalos estruturais e quedas de árvores.

Defesa Civil monitora 164 localidades

A Operação Chuvas de Verão da Defesa Civil estadual teve início no dia 1º de novembro e vigorará até 31 de março. Somente no Grande ABC, são 164 setores considerados de risco para alagamentos e deslizamentos monitorados pelos profissionais na tentativa de evitar tragédias como as observadas nos últimos anos. Em 2019, dez pessoas perderam a vida na região vítimas de enchentes ou escorregamento de terra.

O mapeamento utilizado pela Defesa Civil estadual leva em conta o material fornecido pelas administrações municipais. O sistema concentra dados das prefeituras de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra. Em todos os casos, entretanto, as informações levam em conta cenário observado entre 2005 e 2014.

De acordo com o mapa, a cidade que apresenta maior número de áreas de risco é Diadema (47 pontos). Santo André aparece em seguida, com 38 setores de atenção. São Bernardo e Mauá têm 30 áreas cada e, Rio Grande da Serra, 12. São Caetano tem sete locais vulneráveis, todos para risco de alagamento.

Na tentativa de preparar os profissionais das defesas civis da Região Metropolitana, foi realizada, em outrubro, capacitação envolvendo 150 técnicos em São Bernardo. O diferencial da formação neste ano foi atividade de campo em que os agentes visitaram a Rua da Bica, na Vila São Pedro, região com risco de deslizamentos. A Operação Chuvas de Verão é realizada há dez anos.