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Servidores em Diadema ficarão sem aumento salarial em 2019

Para compensar reajuste zero Lauro propõe abono de R$ 100 Sindema evita cravar greve e fala em ‘ter juízo’

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
22/11/2019 | 07:44
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Nario Barbosa/DGABC


A Prefeitura de Diadema, governada por Lauro Michels (PV), voltou a propor aumento zero para os servidores públicos, que encerrarão o ano sem ao menos a correção da inflação. De acordo com o Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), a gestão do verde propôs oferecer abono de R$ 100 no Natal para todo o funcionalismo.

Essa recompensa, porém, ainda não foi confirmada pelo Paço diademense, segundo o presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno. “Seria o (dinheiro do) peru. O valor deve ser incorporado ao vale-refeição, de R$ 325, de todos os servidores”, disse o sindicalista.
O dirigente se reuniu na terça-feira com o núcleo duro da gestão Lauro, como a chefe de Gabinete e primeira-dama, Caroline Rocha, e os secretários Chico Rocha (Finanças), sogro de Lauro, e Fernando Moreira Machado (Assuntos Jurídicos).

Foi o último encontro do ano da mesa de negociação entre a Prefeitura e o Sindema. Na reunião, o governo voltou a propor reajuste zero. O sindicato briga por, no mínimo, a reposição da inflação do período de março do ano passado a fevereiro deste ano, de 3,65%, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Ao Sindema, a gestão Lauro atribuiu a falta de reposição salarial às despesas, reafirmando que a folha de pagamento segue inchada – os gastos chegam perto de 53% da receita corrente líquida, ultrapassando o limite prudencial estipulado pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), de 51,3%. “A administração municipal reiterou sua intenção de oferecer ao funcionalismo a reposição salarial, embora a receita corrente líquida do município ainda não tenha apresentado melhoras, o que inviabiliza neste momento a tomada de decisão”, alegou o Paço, por meio de nota.

A categoria está em estado de greve desde outubro, quando o governo Lauro propôs zero de reajuste e condicionou o aumento à melhora nas contas públicas. Apesar disso, o Sindema evita cravar que haverá greve. “Nada está descartado. Os números apresentados (pela administração) refletem a realidade. Vamos aguardar o governo oficializar a proposta e, em seguida, ouvir a categoria em assembleia. É uma situação complicada, mas precisamos ter juízo”, ponderou Neno. A assembleia deverá ocorrer nas próximas semanas.

Os servidores vão virar o ano sem reajuste porque a próxima reunião da mesa de negociação está prevista para ocorrer somente no ano que vem, em fevereiro, segundo o próprio Sindema. Ocorre que, até lá, o funcionalismo estará prestes a iniciar a campanha salarial de 2020 – a data base da categoria é o mês de março.

A última vez em que os servidores ficaram sem aumento foi em 2017, quando a mobilização dos servidores ficou concentrada na tentativa do governo Lauro de mudar o estatuto dos funcionários públicos e restringir acesso a direitos históricos do funcionalismo – o projeto acabou sendo engavetado após pressão dos servidores.

O Sindema decretou greve por menos no passado. Em 2011, a categoria chegou a ficar de braços cruzados, por 23 dias, mesmo com propostas de aumento do governo do então prefeito Mário Reali (PT).

O governo Lauro não confirmou ao Diário o abono de R$ 100 no vale-refeição. 




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