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Os 85 anos de um cronista de Santo André

Nesta data, em 1924, Haroldo Santos Abreu nascia em Ouro Fino (MG). Advogado e jornalista. Foi cronista no Diário e depois fundou...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
13/08/2009 | 00:00
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"Me desfaço dos sentidos. E a notícia me persegue"

Haroldo Santos Abreu

"Nos reuníamos com frequência para curtir muitas poesias, músicas e muitos comentários sobre os encantos da vida. Haroldo Santos Abreu, poeta e cronista, seu irmão Arnaldo Santos Abreu, cantor polivalente de grande sensibilidade, e eu, que sugeri o nome do grupo inicial, ‘Arqui Confraria dos Encantados'."

Nelson Zanotti, professor.

* * *

Nesta data, em 1924, Haroldo Santos Abreu nascia em Ouro Fino (MG). Advogado e jornalista. Foi cronista no Diário e depois fundou o Correio Metropolitano. Antes, bem antes, fez carreira como advogado no sistema Ciesp-Fiesp, admitido em 1947.

Em 1949 criou o Boletim Informativo do Ciesp, cujo nº 1 circulou em outubro daquele ano e do qual era o diretor responsável. A leitura desta série de boletins ajuda a compreender a transformação econômica de São Paulo.

Haroldo Santos Abreu faleceu em 1992. Em 2000 a Prefeitura de Santo André editou um livro reunindo obras suas, crônicas e poesias, várias delas publicadas no Diário, muitas citando Santo André, seus personagens, suas passagens. Seguem-se trechos de crônicas de Haroldo Santos Abreu:

"Amável leitora, que não quis identificar-se, telefonou reclamando do relógio do Largo da Estátua (o nome certo vocês sabem, é Largo Embaixador Pedro de Toledo), que há muitos meses, talvez anos, deixou de funcionar e, pelo visto, marcará nove horas e sete minutos até o fim dos tempos" (da crônica A dança das horas).

"Para mim, Santo André de 1930 era a própria Itália. Vínhamos visitar os primos, Cesare e Amadeu Lucchesi, na sua venda da Rua Fernando Prestes. Os velhos italianos reuniam-se numa sala nos fundos da venda, para beber vinho e jogar mora, treseti, bisca, scopa. Fala-se (e eis a fantasia) que eles jogavam malha, mas usando queijos importados" (da crônica Os velhos italianos).

"Quando comecei a trabalhar em Santo André, a partir de 1946, não era fácil conseguir uma ligação telefônica. Havia poucos aparelhos na cidade, talvez duas centenas, e todos de operação manual" (da crônica Reis, poetas, dentistas e telefones, que narra os primórdios da CTBC - Companhia Telefônica Borda do Campo).

"Gosto da geometria de Burle Marx, nos jardins da igreja de São Judas (Bairro Campestre) ou do Paço Municipal, que entretanto devem ser vistos do alto, talvez de um helicóptero, e não das planuras em que vivemos modestamente" (da crônica Jardim no asfalto).

A fábrica que premia

A memória empresarial do Grande ABC passa por um processo que marcou época: estimular o funcionário, hoje chamado de colaborador, a apresentar sugestões para a melhoria da fábrica, das condições do trabalho, de alternativas para a redução de tempo da produção com a consequente ampliação do lucro e da competitividade. As sugestões aprovadas revertiam em prêmios, muitas vezes um bom dinheiro extra.

Vejam a foto. É do pessoal da Pirelli em 1984. São os contemplados do mês que garantiram economia e melhoramentos no equipamento. Ademar Bertoldo, um dos fotografados, guardou a foto e lembra de vários nomes dos companheiros - ou pelo menos apelidos da turma. São os casos de Zeca Diabo, Lagartixa, Zé Braço Torto, Pancho, Faísca, Pascoalino, Amaro, Manoel e Luiz Carlos.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Domingo, 12 de agosto de 1979

São Paulo - A nova Capital paulista, um sonho que pode ser concretizado em três anos. Reportagem do jornalista Oto Diringer.

Paisagismo - Roberto Burle Marx contratado pelo Cemitério parque Jardim da Colina.

Especial - Apenas três museus guardam o passado histórico da região: Antonio Raposo Tavares (São Bernardo), Museu Municipal da Imigração Italiana Osvaldo Massei (São Caetano) e Museu Cultural de Okinawa (Diadema).

Nossos Clubes Amadores - Jornalista Edélcio Cândido conta a história do São Cristóvão FC, de São Caetano, clube fundado em 8 de novembro de 1945.

Crônica 1 - Roterdan Cravo (Fausto Polesi): "Não quero milagres do João, quero o trivial".

Crônica 2 - Guido Fidelis: "Vida econômica do nosso povo vive na corda bamba das reuniões".

Crônica 3 - Estreia o cronista Diógenes Silva: "A maravilhosa roupa nova".

Crônica 4 - Estréia o cronista César Prieto: "Como se comportou o presidente nos 100 dias do seu governo?".

De Trás do Toco - Jornalista Élcio Riva, que se assinava Riva, simplesmente, sapecava: "Você sabe qual é a semelhança entre a linha do Equador e a Democracia?"; "Sim, ambas são imaginárias".

EM 13 DE AGOSTO DE...

1774 - Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça nasce na Colônia do Sacramento, Uruguai, então domínio da Coroa Portuguesa. Foi redator do Correio Brasiliense, editado em Londres.

HOJE

Dia da Bandeirante, Dia do Canhoto, Dia do Encarcerado e Dia do Economista.

SANTOS DO DIA

Benildo, Helena, Hipólito, João Berchmans e Ponciano.

A turma do Rudge

Wallace, Walter Zechetti, William, Wilson Leda, Zé Carlos (Careca), Zé da Padaria, Zé Feliciano, Zé Louco, Zé Madeira, Zé Magrão, Zé Mercedinho, Zé Preto, Zé Tenório, Zezé, Ziquito e Zuza.

Chegamos ao "Z" mas não terminamos a lista. Estamos falando de cidadãos do bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, que se conhecem desde os anos 1960, alguns desde os anos 1950 e décadas passadas. Eles se cruzam muitas vezes na correria do dia-a-dia e em ocasiões especiais, como os reencontros anuais. Rudge Ramos os une. Os novatos têm uma chance muito grande de aprender com eles e ampliar o amor pela sua comuna.




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