Após reajuste de 2,8% da Petrobras, litro do combustível deve custar R$ 0,05 a mais nas bombas
A partir de hoje, o consumidor encontra nos postos de combustível da região a gasolina com reajuste. Após a Petrobras anunciar alta de 2,8%, o litro deve custar pelo menos R$ 0,05 a mais nas bombas, elevando a média regional para R$ 4,20.
De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), levantados pelo Diário, na última semana, a gasolina custava média de R$ 4,15. Porém, o valor do combustível pode variar entre R$ 3,69 e R$ 4,99 o litro nos estabelecimentos do Grande ABC (veja mais informações na arte ao lado).
O reajuste, que acompanha o preço do petróleo no mercado internacional e o câmbio – dólar alcançou o maior valor nominal de fechamento da história, em R$ 4,20, na cotação de segunda-feira –, é o primeiro anunciado pela estatal após 50 dias. O diesel, que saía pela média de R$ 3,58 na região. também sofreu aumento, de 1,2%. Já o etanol (média de R$ 2,76 o litro) não sofreu reajuste.
Conforme o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR), Wagner de Souza, a média de aumento deve ser de R$ 0,05. Porém, como alguns postos seguraram o reajuste anterior (em 27 de setembro, a gasolina subiu 2,5%), a quantia pode ser maior. “Os estabelecimentos pensam antes de repassar. Eles observam a concorrência, além dos custos financeiros, que estão altos. No último aumento, também foi mais ou menos R$ 0,05 (de alta média). Muitos conseguiram segurar da outra vez, mas acumulando esse (novo reajuste), pode ser que tenham de repassar R$ 0,10”, destacou ele, orientando o consumidor a ficar atento quando o valor estiver muito abaixo da média por causa do mercado irregular.
De acordo com o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, o setor é fortemente oligopolizado – com poucos ofertantes e muitos demandantes – e o repasse depende da política das distribuidoras. “A distribuição ainda está na mão de poucas empresas”, afirmou. “Em momentos como esses, as distribuidopras podem aproveitar para recompor a margem, alegando que há defasagem em relação a outros países.”
A Petrobras informou que o dado de venda às distribuidoras não é o único determinante do valor final ao consumidor. Isso porque a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis.
A Plural (Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência) esclareceu que não tem conhecimento da estratégia de precificação de suas associadas. Também disse que duas dessas variáveis – custo do produto e tributos – são responsáveis por mais de 80% do preço final, e que a margem das distribuidoras mais os fretes é inferior a 5%.
Para Balistiero, o reajuste foi pautado mais pela alta do preço do petróleo no mercado internacional que, junto com o dólar, pressionou o reajuste. Apesar disso, ele não acredita na piora do cenário. “O Banco Central está olhando o que acontece no mercado de câmbio. No passado, toda vez que o dólar subia tinha impacto inflacionário, mas como o Brasil reduziu muito a sua dependência externa, hoje esse efeito contágio é menor”, afirmou ele, destacando que as perspectivas apontam que a moeda norte-americana fique em torno de R$ 4.
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