Quando parecia que as divergências políticas em Mauá estavam apaziguadas, permitindo que o ocupante do principal cargo Executivo tivesse o cuidado com a população como a única preocupação nos 14 meses que restam para a atual gestão, eis que a Câmara recorre à Justiça chamando de ‘equívoco’ a decisão que devolveu o mandato ao prefeito Atila Jacomussi (PSB). Sinal de que vem mais turbulências pela frente. Infelizmente, será a população mauaense que pagará a parte mais pesada da conta desta infinita e desgastante briga pelo poder.
A crítica ao retorno de Atila consta nos autos de processo com o qual a Câmara tenta manter a decisão de impeachment do socialista aprovado pelo plenário. O posicionamento chama a atenção porque destoa diametralmente de declarações anteriores do presidente Vanderley Cavalcante da Silva, o Neycar (SD), que havia garantido, inclusive em entrevista a este Diário, que o Legislativo não tinha intenção de questionar a decisão de segunda instância que devolveu o mandato ao prefeito. A mudança de postura certamente tem as suas razões, embora elas não sejam, até o momento, de conhecimento público.
Infelizmente, o acirramento das tensões entre os poderes Executivo e Legislativo pode atrapalhar sobremaneira a retomada da execução de projetos e políticas públicas que ficaram prejudicados por causa da instabilidade política que acomete Mauá desde que Atila Jacomussi tomou posse como prefeito, em 1º de janeiro de 2017, após vencer um dos pleitos mais acirrados do Grande ABC. Desde então, o chefe do Executivo foi preso duas vezes, ambas sob acusação de corrupção – que ele nega veementemente.
Enquanto os políticos brigam, a população sofre. Os reflexos das disputas palacianas são sentidos pelo cidadão mauaense. A situação é tão calamitosa que, para ficar apenas em um lamentável exemplo, o governo não consegue sequer fazer com que a concessionária de transporte público cumpra o contrato e coloque ônibus novos e em número suficiente para circular na cidade. Triste Mauá.
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