Dados da SSP apontam queda de homicídios, roubos e furtos; trata-se de sazonalidade, diz especialista
Os principais indicadores criminais recuaram em setembro no Grande ABC, sendo a segunda queda consecutiva. Conforme dados divulgados ontem pela SSP (Secretaria da Segurança Pública), em relação ao mesmo mês de 2018, o número de vítimas de homicídio doloso reduziu de 14 para 12, o equivalente a baixa de 14,29%. Os casos de roubo caíram de 1.887 para 1.798 (-4,72%), enquanto os furtos reduziram de 1.744 para 1.664 (-4,59%). Já no caso de roubo de veículos, as ocorrências passaram de 709 para 681 (-3,95%) e o furto de veículos diminuiu de 801 para 796 (-0,62%).
Na avaliação de David Pimentel Barbosa de Siena, coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), os resultados positivos indicam um ciclo. “Desde o início do ano o indicador está em queda, mas não significa que irão cair para sempre, é uma sazonalidade que ocorre de tempos em tempos”, explica.
No entanto, a sazonalidade não acontece por acaso. O especialista aponta que, no caso de roubo e furto de veículos, por exemplo, a implementação do Detecta contribuiu significativamente. O programa de compartilhamento de dados do trânsito e de segurança pública está, atualmente, em cinco cidades da região.
Em relação aos homicídios, Siena observa que não houve mudanças nas políticas policiais neste sentido, sendo uma questão ecológica. “Há quem defenda que, em virtude da hegemonia do PCC (Primeiro Comando da Capital), há queda no número de homicídios, já que eles (os integrantes da organização criminosa) não teriam inimigos.”
Outro aspecto que pode ter contribuído para a redução é a inauguração do 6º Baep (Batalhão de Ações Especiais) em São Bernardo. E, de acordo com Siena, a abertura do COI (Centro de Operações Integradas) na mesma cidade, neste mês, também pode ajudar a manter os índices em queda.
O comandante da PM (Polícia Militar) na região, coronel Renato Nery Machado, também atribui a redução à instauração do Baep. “(Tivemos) A ampliação da ostensividade, com maior aplicação do efetivo em operações direcionadas, após criteriosa análise qualitativa dos fatos havidos”, explica. Ele destaca que a realização de reuniões para planejamento operacional, criação de estratégias e desempenho dos policiais impactaram no indicador.
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