A possibilidade de faltar gás natural nos postos da Região Metropolitana de São Paulo deixa o taxista Carlos Félix Velasques indignado.
“Investi tanto para fazer a conversão do motor e agora corro o risco de ter meu trabalho prejudicado pela alta do preço.” Ter o álcool como opção de combustível não traz tranqüilidade para o motorista. “De qualquer forma, vou terminar com uma despesa a mais”, afirma Velasques, que nasceu no Brasil, mas foi criado na Bolívia.
Ele acredita que a nacionalização do gás pela Bolívia foi um bom negócio para os dois países. “Os bolivianos fizeram a coisa certa porque o Brasil tem reservas suficientes para garantir o abastecimento. Se a culpa fosse deles, a crise do gás deveria ter acontecido na época do rompimento do contrato”, afirma. Proprietário de uma oficina convertedora de motores para gás natural, Marcelo Maestre, de 40 anos, sente-se no mínimo injustiçado.
Depois de investir R$ 150 mil para começar o negócio há seis anos, teme que a crise no fornecimento de gás afete a empresa. “Nós, brasileiros, estamos acostumados com a palhaçada. Primeiro o governo estimula os consumidores, os postos e as convertedoras a adotar o gás e depois corta o abastecimento por causa do problema energético,”, afirma.
Maestre acredita que a Petrobrás, por ter o monopólio do fornecimento, é um ‘câncer para o País.’
“Essa empresa tinha que ser privatizada de uma vez porque se houvesse concorrência, duvido que a situação chegaria a tal ponto. “Apesar de não ter faltado gás para os motoristas de São Paulo, ele não confia na normalidade do abastecimento. "Me sinto um palhaço.”
Por enquanto, o fornecimento de gás em São Paulo está normal, diz o proprietário de posto León Denizzard de Oliveira, de 39 anos, que ficou sabendo da crise pelos jornais. “Brasileiro está acostumado com essas coisas.”
Na opinião dele, é grande a possibilidade de um aumento no valor do gás. “Quando há muito barulho sobre o custo, como agora, sobe mesmo”, afirma.
Alguns consumidores, no entanto, dizem não temer a crise no abastecimento de gás. “Essa história da Petrobrás não vai dar em nada e mesmo no caso de um aumento o gás ainda vai compensar porque o preço não deve subir mais de 10%”, diz o vendedor e proprietário de quatro carros com motor a gás, Anderson Soares da Silva, de 31 anos.
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