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Prédio ocupado em Osasco seria de Sérgio Naya
Do Diário do Grande ABC
02/08/2003 | 17:22
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Em Osasco, 250 famílias estão acampadas em um terreno de 180 mil m² que, segundo os coordenadores do MTST, pertence a Sérgio Naya, ex-deputado federal dono da empresa que construiu o prédio Palace 2, no Rio de Janeiro, que em 1998 desabou e matou oito pessoas. Antes de chegarem a essa área, próxima ao Km 20 da rodovia Raposo Tavares, os sem-teto foram despejados de dois terrenos.

A primeira ocupação aconteceu em julho de 2002. Os manifestantes invadiram um terreno próximo ao Centro de Osasco, mas uma reintegração de posse os obrigou a sair. De lá, em dezembro passado, foram para um terreno do Estado em Guarulhos, mas ficaram apenas um mês. Até março, ficaram no acampamento Anita Garibaldi, quando invadiram o terreno à beira da rodovia criando o acampamento Carlos Lamarca.

O terreno onde estão atualmente abriga o esqueleto de 12 prédios – a obra foi embargada. Parte dos manifestantes ocupa prédios, porém a maioria dorme em barracas. "Na primeira invasão, chegamos a ter 5,8 mil famílias. Com o tempo, ficamos em 250 famílias. Temos um compromisso com a Prefeitura em que a reintegração de posse foi suspensa. Como Sérgio Naya deve impostos, estuda-se a possibilidade de 30% do terreno ser doado", explicou uma das coordenadoras Adriana Silva, 26 anos.

A situação nesse terreno, porém, é precária. A padaria e o ponto de ônibus mais próximos ficam a mais de uma hora a pé; uma bica fornece a água e a energia vem de gatos (ligações clandestinas). "A maioria aqui passa fome mesmo e quando chegam doações, temos de repartir", disse Adriana.

Alguns grupos, tanto de Osasco como de Guarulhos, vieram até São Bernardo apoiar no primeiro dia de ocupação. Entre essas pessoas estava Joana Darc de Oliveira Silva, 26 anos, com seu filho Mateus, 1, que moram no acampamento de Osasco. "Os primeiros dias são os mais importantes. Temos de estar sempre na luta.", afirmou.




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