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Dib: trabalhador não tem voz no governo do PT
Por Rogério Santos
do Diário do Grande ABC
23/04/2012 | 00:09
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Marina Brandão/DGABC


O deputado federal William Dib (PSDB) rebateu o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), que declarou semana passada que a formação do núcleo sindical do PSDB é uma alternativa para a legenda não ser extinta.

Na ótica do tucano, os trabalhadores não têm voz no governo do PT e, por isso, segmentos da sociedade, como as centrais sindicais, procuram outros canais para se comunicar. "Os sindicatos não têm mais resposta via PT, por que as forças que congregam as centrais foram alienadas pelo governo", analisou Dib.

O parlamentar menciona as reformas trabalhista e sindical, tramitando há nove anos em Brasília sem avanço. "As pessoas querem fazer alguma coisa via sindicato, mostrar suas reivindicações. A sociedade está buscando outro canal e o PSDB está sendo surpreendido por essa adesão."

O núcleo sindical tucano será oficializado sexta-feira, durante congresso nacional do partido em São Paulo. No Grande ABC o bloco foi referendado semana passada, em Diadema. A ala visa aproximar a legenda dos sindicatos. O objetivo do grupo é lançar 322 candidatos a prefeito, vice ou vereador no Brasil em 2012, além de eleger deputados estaduais e federais em 2014.

Forjado no chão das fábricas do Grande ABC, o PT conta com o apoio de centrais sindicais importantes como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical. Na capital federal, PTB e PDT, que defendem a bandeira do trabalhismo, estão na base da presidente Dilma Rousseff (PT).

Para o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-Santo André) todos os segmentos da sociedade são ouvidos pelo governo petista. "Antes o partido era mais radical. Agora todos têm espaço", avalia. Os parlamentar Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-São Bernardo) não quis comentar o assunto. Já José de Filippi Júnior (PT-Diadema) não retornou os contatos da equipe do Diário.

Caso Demóstenes - A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) articulada no Congresso para investigar a ligação do bicheiro Carlinhos Cachoeira com deputados e senadores, entre eles Demóstenes Torres (sem partido) tem movimentado a opinião pública.

Para ser protocolada, contou com a adesão 67 senadores e 340 deputados, inclusive do PT, que se mobilizou para colher assinaturas em meio aos comentários de que o partido poderia tentar abafar o caso para proteger parlamentares citados nas conversas de Carlinhos Cachoeira.

A posição do PT em querer investigar o caso é apontada por muitos como um contra-ataque que o partido sofreu durante as investigações do Mensalão - suposto esquema de compra de voto de parlamentares no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - em 2005. "Pode ser que eles possam aproveitar para dar um troco, não sei", considerou Dib.

Para Siraque, a investigação do caso Demóstenes não se assemelha ao Mensalão. "Isso foi há muito tempo. O Congresso fará essa investigação de forma suprapartidária, como qualquer outra", disse o petista.




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