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1º de Maio quer 2 milhões nas ruas
Por William Glauber
Do Diário do Grande ABC
30/04/2006 | 08:56
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As principais centrais sindicais do país prometem levar às ruas da capital paulista mais de 2 milhões de pessoas nesta segunda-feira para a comemoração do Dia do Trabalho. Para atrair público no feriadão prolongado, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical colocam em palcos na Avenida Paulista e na Praça Campo de Bagatelle, na zona Norte, uma legião de músicos de todos os ritmos e para todos os gostos. Neste domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assiste à tradicional missa de 1º de Maio às 9h na Igreja Matriz de São Bernardo.

Nesta segunda-feira, as atividades da Força começam logo cedo, a partir das 7h, com shows populares. Entre apresentações de diversos artistas, serão realizados os sorteios de dez carros e cinco apartamentos até o fim da tarde. Os dirigentes sindicais realizam às 11h um ato político-sindical para discutir geração de emprego e distribuição de renda.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, aproveita a oportunidade para criticar a condução da política econômica do governo atual e da gestão anterior. "A gente sente que nos últimos 12 anos não houve mudança nas políticas de emprego, prevalecendo a preocupação com pagamento de juros da dívida externa e controle da inflação. Foram os piores anos para o crescimento econômico", avalia o líder.

Juruna, no entanto, destaca a importância do diálogo. "Queremos lançar o debate da geração de emprego e da distribuição de renda por conta da proximidade das eleições", diz o sindicalista. Entre as apresentações dos músicos, líderes de correntes político-partidárias divergentes discursarão ao público, estimado em 1 milhão de pessoas.

Para a festa do trabalhador, a Força confirma a presença do líder sindical Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, filiado ao PDT, do ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), do candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e do deputado federal Roberto Freire (PPS). Nesses momentos, os artistas cedem espaço no palco para muitas críticas políticas, que, na maioria, acertarão em cheio o governo.

Paulista – No sentido inverso, a festa da CUT atrairá lideranças simpatizantes e defensoras da atual gestão federal. O presidente da CUT/SP, Edílson de Paula, diz que intervenções políticas serão realizadas ao longo do evento. "A gente vai fazer um balanço de gestões públicas para saber o que queremos para o futuro do país e do Estado de São Paulo." Nesse contexto, a arti-lharia vai mirar o ninho tucano.

De Paula, embora destaque conquistas dos trabalhadores acumuladas nos últimos três anos, faz algumas ponderações. "Vamos questionar também as taxas de juros e o superávit primário", aponta o sindicalista, ao se referir às principais bases ortodoxas da política econômica do governo Lula.

Embora tenha sido convidado, Lula não comparecerá ao evento da CUT para não levantar críticas em período pré-eleitoral. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, representará o presidente no evento.

Para colocar 1 milhão de pessoas nas duas pistas da avenida Paulista, a CUT reúne a partir das 11h artistas populares. Às 16h, lideranças e sindicalistas realizam ato político, cujo lema é Democracia, Emprego, Renda e Ampliação de Direitos.




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