Cerca de 500 jovens albaneses atacaram a ponte de Kosovska Mitrovica mas enfrentaram a resistência de uns 40 soldados do contingente da Otan. Os franceses estavam apoiados por veículos blindados de transporte de tropas.
O confronto desta segunda foi uma repetiçao das tentativas de sábado e domingo dos albaneses empenhados em cruzar a ponte sobre o rio Ibar alegando que desejavam examinar as casas que lhes haviam pertencido na outra metade da localidade. Cerca de 150 albaneses foram repelidos pelos franceses domingo. Sábado, a multidao que tentou cruzar à força a ponte chegou a cerca de mil pessoas.
O albano-kosovar Tafil Jusufi acusou nesta segunda os franceses de ``criar uma nova fronteira' para manter a localidade albanesa fora da parte de Kosvska Mitrovica dominada pelos sérvios. A localidade fica a 30 quilômetros ao norte de Pristina.
``Estao matando albaneses do outro lado (da ponte) e os franceses estao dormindo. Viemos aqui porque queremos ir a nossas casas, que nao vemos há três meses', insistiu Jusufi.
Outro integrante da multidao sangrava de um ferimento no rosto. Contou que ele e vários outros foram feridos pelos soldados que lhes apontava os fuzis. Acusou os franceses de proteger os paramilitares sérvios do outro lado da ponte.
Uma alta funcionária das Naçoes Unidas, Mary-Pet Silveira, sugeriu que o risco de atos de violência era muito alto se os albaneses fossem autorizados a cruzar a ponte.
Mary Silveira, vice-administradora assistente da ONU em Kosovo, disse que se acredita que haja pessoas do outro lado que nao sao de Mitrovica, uma referência aos sérvios de fora do povoado que se reuniram para resistir na passagem dos albaneses. ``O perigo é palpável', afirmou.
Kosovska Mitrovica, centro mineiro considerado valioso tanto por sérvios quanto por albaneses, é dividido por um rio, que separa as duas comunidades. Desde o fim da guerra na província de Kosovo, em junho, a principal ponte que liga as duas margens do rio se transformou em símbolo de confrontos. Os sérvios impedem que os albaneses voltem a viver na margem norte do rio.
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