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Justiça concede reintegração do Scaff
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
05/08/2006 | 08:06
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A favela do Skaff, na periferia de São Bernardo, foi palco de uma megaoperação realizada na manhã de sexta-feira pela Secretaria Municipal de Habitação e Meio Ambiente para demolir nove barracos que abrigavam atividades comerciais. Seis deles eram bares. A ação foi um ensaio da reintegração de posse que pode ocorrer a qualquer momento na área, de 88,4 mil m². Em 2 de junho, o juiz da 7ª Vara Cível de São Bernardo concedeu parecer favorável à retirada das cerca de 200 famílias que moram na favela.

O processo para reintegração corre na justiça desde 1997, quando a ocupação se expandiu. O boom é admitido pelos moradores, mas segundo eles as primeiras casas construídas irregularmente no terreno datam da década de 80. “A gente quer ficar aqui. A maioria das pessoas não vai ter para onde ir se perder suas casas”, afirmou Aires Alves do Nascimento, 35 anos. Ela, por exemplo, só tem parentes em Sousa, na Paraíba, de onde partiu em 1983 para tentar a sorte em São Paulo.

Aqui, ganhava a vida como costureira, mas há três meses está desempregada. O marido, borracheiro, também não consegue trabalho. O casal depende de bicos para sustentar os cinco filhos. “A gente tira mixaria: R$ 50, R$ 70 por mês (20% do salário mínimo). É trabalhar para poder comer”, disse a mulher. Sexta-feira, o clima na favela do Skaff mesclava ares de revolta e conformismo. Apesar de indignados, os moradores não resistiram à demolição.

Na quinta-feira da semana passada, outros 12 estabelecimentos comerciais já haviam sido demolidos na favela do Scaff. A ocupação fica na estrada da Servidão, no Batistini. Segundo o secretário de Habitação e Meio Ambiente de São Bernardo, Ademir Silvestre, outras demolições devem ocorrer nos próximos dias. “Só ficarão em pé os comércios que tiverem sua situação regularizada, com alvará de funcionamento e contrato de locação da propriedade”, afirmou o secretário.



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