"Hoje, os interesses maiores do país e da governabilidade, demandam que a CPMF seja aprovada, já, no Senado Federal. São 400 milhões de reais por semana. O atraso até agora já representa mais de três bilhões de reais (de perdas na arrecadação), e pode chegar a quatro ou cinco bilhões. É algo grave para o país, porque nos obrigará a compensar, e nós vamos compensar isso de alguma maneira", afirmou em entrevista à Globo.
Malan disse que não se pode misturar o processo eleitoral e o debate entre partidos com a questão da CPMF, que afeta os interesses do país e da população. "Eu queria aproveitar para fazer aqui um apelo especial, particularmente àqueles que têm a idéia de que é possível esperar mais. Não é possível esperar mais."
O ministro da Fazenda considerou normal a turbulência que precede os processos eleitorais no Brasil, ao contrário do que ocorre em outros países. Segundo ele, mais importante que as pesquisas de intenção de voto são os termos em que o debate público terá no país nos próximos meses.
"Tem muito jogo ainda pela frente. Não é razoável que a cada pesquisa que apareça, e aparecem duas, três por semana, e vão aparecer cada vez mais, hajam grandes movimentos (no mercado). A pesquisa que realmente importa é aquela que terá lugar em outubro. As outras estão sujeitas aos humores do momento", afirmou.
Quanto às propostas de política econômica do PT, Malan afirmou que Lula contradiz as teses apresentadas pelo próprio partido em seus documentos oficiais. "Este partido tem um texto aprovado por seu diretório nacional, que diz que é preciso mudá-la (a política econômica em vigor) radicalmente." Explicou que, por respeitar o partido de Lula, preocupa-se em ler todas as suas teses. "Se eu não respeitasse, eu não leria. Estaria só num bate-boca de declarações feitas aqui e ali. Como levo a sério, eu creio nos documentos que são aprovados num congresso nacional, que dizem que esta é a posição do partido, que o partido leva a sério o seu programa, que é este que será implementado. É uma demonstração de respeito pelo partido, pelo que ele representa".
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