Setecidades Titulo Será homenageado
Pedagogo de S.Bernardo se dedica a levar informações sobre autismo

Diagnóstico, tratamento, respeito e inclusão são temas abordados

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
22/10/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Morador de São Bernardo, André Luiz Pinheiro, 48 anos, teve a síndrome de Asperger, um dos perfis do TEA (Transtorno do Espectro Autista), diagnosticada aos “20 e poucos anos”. Desde então, ele se dedica a levar conhecimento sobre o assunto à sociedade. Pedagogo, se especializou em educação infantil e inclusiva com a meta de ajudar pessoas com deficiência.

Como ferramenta para conscientização, Pinheiro publicou dois livros – O Mistério do Palhaço Azul (2013) e Vinny Hotter e o Mistério das Sete Pedras (2018) –, mantém a web rádio Xiririca e canal no Youtube, o TheAndreLuiz123. “Meu objetivo é que as pessoas conheçam e respeitem o autismo, mostrar a importância do diagnóstico precoce, tratamento e passar mensagem de inclusão.”

Os trabalhos resultaram em homenagem, que será concedida pela Câmara Municipal de Santo André amanhã, às 16h. “Apesar das limitações, é possível desenvolver as potencialidades. Gosto de escrever e queria passar uma mensagem, mesmo assim, produzir os livros foi um desafio”, relata.

O primeiro sinal da síndrome de Asperger foi um desmaio que teve aos 3 anos. A partir de então, outros traços, como movimentos repetitivos e problemas de socialização, começaram a aparecer. Embora tenha passado por diversos exames, a falta de conhecimento fez com que o diagnóstico chegasse apenas na vida adulta.

Atualmente, Pinheiro opera não apenas como educador sobre o TEA, mas também trabalha como auxiliar administrativo no Centro Público de Formação Profissional Governador Miguel Arraes, em Santo André. Uma vez que um dos principais obstáculos da síndrome de Asperger é a interação social, ele afirma que lidar com o público é um desafio diário, “mas nada que não seja superado”.

Contudo, as comorbidades – doenças que se potencializam mutuamente – são o aspecto mais preocupante. Desenvolvimento de depressão, ansiedade, epilepsia e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) é comum e mais rápido em autistas. “Elas são horríveis e impedem muitas coisas”, comenta Pinheiro, que sofre com depressão, ansiedade e, há dois anos, foi diagnosticado com Parkinson, cujos estudos apontam que também pode estar relacionado ao TEA.

Na sua avaliação, a sociedade e as políticas públicas evoluíram nos últimos anos, a exemplo da Lei Berenice Piana (12.764/12), que garante o acesso de pessoas com TEA à educação, e o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Porém, considera que há muito a ser trabalhado, já que “as leis são benfeitas, mas não são aplicadas como deveria”.




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