Em Wasp Network, o ator venezuelano Édgar Ramírez faz o piloto René González, que abandona a família para uma missão secreta nos Estados Unidos: fingir-se de imigrante para infiltrar organizações anticastristas que tentam derrubar o regime em Cuba. Ramírez conversou com o jornal O Estado de S. Paulo:
Sua formação como jornalista ajuda a interpretar personagens?
Com certeza. Atuar é uma forma poética de explorar a natureza humana. Mas os jornalistas também fazem isso, com perguntas. O jornalismo me ajudou com uma metodologia. Quando eu fiz Gianni Versace (na minissérie American Crime Story), consegui contatar um dos melhores amigos do estilista. Levou quatro meses para ele se abrir. Foi um trabalho jornalístico.
Qual era seu conhecimento de Cuba antes de começar o projeto?
Cuba sempre foi muito presente na história da América Latina, até antes da revolução. Foi importante para a Coroa Espanhola e era a Hong Kong das colônias.
Passar um tempo lá mudou sua visão?
Cuba, para qualquer latino-americano, é um dos lugares mais malucos da América Latina. Porque, na comparação, tem menos pobreza do que outros países da região, mas também é um dos países com mais desigualdade. E isso é uma grande ironia, quando se passou mais de 60 anos sacrificando a vida de tantas pessoas em nome da igualdade e termina sendo um lugar onde alguns têm acesso a restaurantes e praias bacanas, e a maioria da população é proibida de frequentar. A política não me impressiona em nada. Não me expresso politicamente no meu trabalho. Se quiser saber quais são minhas causas, cheque meu Instagram.
Mas se houvesse um filme sobre a situação da Venezuela hoje, você se interessaria em fazer?
Dependendo da história, do personagem e do conflito humano, sim, com certeza. Se for uma história tendenciosa, não me interessa. Eu não acho que Wasp Network seja tendencioso.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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