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Israelense relata viagem ao lado do homem-bomba de Eilat
Da AFP
30/01/2007 | 08:31
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O taxista israelense que transportou o suicida palestino autor de um atentado que matou três pessoas na segunda-feira em Eilat, sul de Israel, disse que percebeu as intenções do passageiro.

"Eu escolhi o lugar onde ele desceria. Eu decidi que aquelas pessoas seriam mortas, em vez de outras", disse Yossi Voltinsky, 49 anos, um tenente-coronel da reserva do Exército israelense.

Ele afirmou que chegou a pensar em atropelar o passageiro, pois tinha 99% de certeza de que se tratava de um terrorista. "Porém, havia 1% de possibilidades de que se tratasse de um inocente, talvez um louco", acrescentou.

Voltinsky vive na zona norte de Eilat e na manhã de segunda-feira seguia para a região dos grandes hotéis deste balneário, localizado sobre o Mar Vermelho.

"Assim que olhei para ele pelo retrovisor, vi que algo estava errado", declarou o motorista.

"Ele vestia um casaco fechado até o pescoço, com uma grande mochila. Ele manteve uma das mãos no bolso, com os olhos observando em volta. Ele estava muito nervoso, agia de maneira não natural", disse ao jornal Haaretz.

"Eu não podia levá-lo à delegacia, que fica no centro da cidade, nem a um posto de controle em uma estrada, pois sabia que ao ver os soldados detonaria a bomba. Então perguntei novamente para onde ele ia e me respondeu 'Haifa' (norte de Israel) com forte sotaque árabe", acrescentou.

"Comecei a acelerar e afrouxei o cinto de segurança para levá-lo a um lugar afastado, a um quilômetro da cidade, onde ele pediu para descer do automóvel para continuar a pé".

Voltinsky correu para alertar a polícia. Porém, poucos minutos mais tarde aconteceu a explosão. Ele foi chamado para identificar em uma padaria o corpo do autor do atentado suicida, que matou três israelenses.

Segundo a polícia, o homem-bomba partiu de Gaza com destino ao Sinai egípcio, cruzando a fronteira em Eilat.

O atentado, o primeiro do tipo em Eilat, foi reivindicado pelo grupo radical Jihad Islâmica e pela Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, vinculadas ao movimento Fatah, do presidente palestino Mahmud Abbas.

Segundo estas organizações, o suicida se chamava Mohammad Faisal al-Siksek, tinha 21 anos e vivia em Gaza.



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