Há mais de cinco meses acompanhando o caso da brasileira, Clara afirma estar mais confiante depois da mudança de comando da polícia. "Saímos da audiência bastante esperançosos", relatou a advogada. Segundo ela, o grupo permaneceu cerca de uma hora conversando com Zelaya, exclusivamente sobre a necessidade de haver mais empenho na procura pelos irmãos e por Rojas, que está foragido. "O novo comandante foi muito receptivo", avaliou.
Zelaya ainda não completou uma semana no cargo. O delegado assumiu o posto de comandante, antes ocupado por Humberto Nuñez, na última quarta-feira, depois que outra crise, esta derradeira, abalou o Ministério do Interior do Paraguai. Uma onda de seqüestros e mortes se instalou no país vizinho, o que provocou a demissão do ministro Orlando Fiorotto, substituído por Nelson Mora.
A advogada Clara deve conseguir ainda esta semana uma audiência com o novo ministro. Tanto Mora quanto Zelaya são homens de confiança do presidente paraguaio Nicanor Duarte, e chegaram ao governo com um discurso na linha "tolerância zero" contra os criminosos. O ex vice-ministro, Eustaquio Colman Ramirez, investigado pelo ministério público paraguaio por manter relações com Eri Daniel Rojas, prestará depoimento na quinta-feira (veja matéria nesta página).
Aniversário - Nesta segunda, o filho mais novo de Genilma, Arturo, completou 7 anos. A data foi celebrada pela mãe com um ato ecumênico organizado por entidades de defesa dos direitos humanos do Rio Grande do Sul. A cerimônia foi realizada na Igreja Metodista de Porto Alegre. Genilma vive na região Sul desde setembro. Cerca de cem crianças acompanharam o ato, segurando cartazes que pediam o retorno de Guillermo e Arturo ao Brasil.
"Foi muito bonito, emocionante. Consegui o apoio de muita gente aqui no sul, o que me conforta um pouco. Mas hoje é um dia especialmente difícil", contou à reportagem Genilma, emocionada.
O aniversário de Arturo foi lembrado também pela imprensa paraguaia. Dois jornais de grande circulação na capital, ABC Color e La Nación, publicaram fotos de Genilma com os filhos e mais uma vez relataram a história do seqüestro, que já dura 258 dias. A luta de Genilma foi chamada de "angústia materna". Os textos reforçaram o apelo para que pessoas que tenham visto os meninos ou Rojas informem a polícia.
A ordem de busca e apreensão dos irmãos foi dada pela Justiça paraguaia em 11 de junho, mas ainda não há nenhuma pista que indique o local onde possam estar escondidos. A advogada Clara e até a Embaixada do Brasil em Assunção acreditam que o fato de dois irmãos de Rojas trabalharem na polícia está impedindo que a determinação judicial seja cumprida. Eles teriam contado com o apoio do ex vice-ministro, Colman.
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