Política Titulo Editorial
Caso estranhíssimo
Por Do Diário do Grande ABC
19/09/2019 | 12:09
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Coisas esdrúxulas ocorrem no sistema público de transporte em Mauá. O simples fato de uma concessionária de serviço público estar desrespeitando sistematicamente o edital desde quando iniciou a operação, em 2014, já seria excentricidade bastante, mas o que ocorre no caso da Suzantur ultrapassa os limites do bom-senso. Documento a que a equipe de reportagem do Diário teve acesso comprova que a empresa atua na cidade com 25 carros a menos do que exige o contrato. Apesar da flagrante ilegalidade, desconhece-se qualquer iniciativa das autoridades de plantão no sentido de coibir a prática lesiva aos interesses dos passageiros.

Certamente não é por falta de ônibus que a Suzantur desrespeita o contrato em Mauá. Afinal, como este jornal revelou ontem com exclusividade, a empresa, que está no nome de Claudinei Brogliato, acaba de vender 39 deles para o grupo Baltazar José de Souza. O negócio de R$ 5,8 milhões, segundo avaliação de fonte do mercado, aproximou os dois conglomerados empresariais que, até bem pouco tempo atrás, pelo menos aparentemente, viviam às turras.

Enquanto aproveita para encher seus cofres e se aproxima de adversário que até então tentava destruir com todas as forças – não se pode esquecer que a chegada da Suzantur transformou em monopólio sistema que antes era operado por duas companhias, a Leblon e a Cidade de Mauá, esta última do grupo Baltazar –, a população sofre os efeitos da falta de ônibus, traduzida em atrasos e superlotação constantes.

Talvez a Suzantur desconsidere as regras que se comprometeu a seguir por possuir a certeza de que nada precisa temer em Mauá. Afinal, a concessionária segue interpretando o edital a seu bel-prazer seja lá qual for o prefeito de turno. Três deles já passaram pelo posto sem causar qualquer incômodo à empresa. O atual, Atila Jacomussi (PSB), adota postura mais crítica aos desmandos da concessionária, ao menos em suas declarações públicas, mas até o momento, sabe-se lá por quais razões, não avançou além do discurso. Estranho, muito estranho.




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