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China e Coréia do Sul se unem para resolver impasse nuclear
Da AFP
02/01/2003 | 15:10
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A China e a Coréia do Sul decidiram nesta quinta-feira encontrar uma solução conjunta para a crise nuclear norte-coreana. Os observadores, no entanto, duvidam da eficácia dessa cooperação em caso de pressão diplomática sobre Pyongyang.

O ministro adjunto sul-coreano das Relações Exteriores, Lee Tae-shik, e seu colega chinês Wang Yi encontraram-se nesta quinta-feira em Pequim e decidiram que a questão deve ser "resolvida de forma pacífica, através de diálogo e cooperação", disse Shin Jung-Seung, responsável pelo escritório Ásia Pacífico da chancelaria sul-coreana.

O ministério chinês das Relações Exteriores limitou-se a declarar que "as duas partes mudaram seus pontos de vista sobre a questão nuclear norte-coreana, que preocupa os dois países.

A inquietação é grande na Coréia do Sul, onde o ministro da Unificação, Jeong Se Hyun, encarregado das relações com a Coréia do Norte, declarou que "a sobrevivência do povo coreano está em jogo", depois que Pyongyang anunciou no dia 12 de dezembro a retomada de seu programa nuclear, congelado desde 1994.

Seul enviará na sexta-feira a Moscou outro ministro adjunto das Relações Exteriores, Kim Hang-Kyung. Na semana passada, o vice-ministro Lee já havia viajado para Tóquio.

Alguns observadores estão céticos em relação às possibilidades da China de pressionar a Coréia do Norte, seu aliado tradicional.

"É um exercício absurdo que não leva a lugar nenhum", disse Lee Dong-Bok, um especialista em Coréia do Norte do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington. De acordo com ele, a "Coréia do Norte é uma questão internacional que deve ser levada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas".

Lee, um ex-parlamentar sul-coreano conhecido por seu papel na aproximação entre as duas Coréias, sustenta que a China não tem sobre Pyongyang a mesma influência de outros tempos.

"O maior problema mundial hoje é uma guerra no Iraque. A maioria das potências regionais quer manter a situação norte-coreana sob controle", disse Alexander Chieh-cheng Huang, um especialista em China e Coréia do Norte do Grupo de Estudos Estratégicos da Universidade Tamkang, em Taiwan.

"A China não tem grande coisa para oferecer no momento. Há uma série de questões de política interior com as quais os dirigentes recentemente nomeados devem se ocupar", acrescentou.

Uma nova geração de dirigentes chineses, que controla o Partido Comunista desde novembro, assumirá em março as mais altas funções do Estado e do governo.

Na terça-feira, os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deixaram a Coréia do Norte e o embaixador norte-coreano na Rússia declarou que seu país "não pode respeitar" o Tratado de Não-proliferação Nuclear ao qual seu país aderiu em 1985. O Conselho da AIEA deverá se reunir no dia 6 de janeiro para debater a crise norte-coreana.




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