O subprefeito de Riacho Grande, Fausto Landi - irmão do vereador de São Bernardo Fábio Landi (DEM) -, assegurou na quinta-feira (dois dias após assumir definitivamente a cadeira) que não aceitou o cargo para cumprir o acordo político entre PT e DEM. "Se houve, não foi de minha parte. Aceitei porque quero fazer algo pelo Riacho."

Fausto foi reconduzido ao posto na quarta-feira, uma semana após o prefeito Luiz Marinho (PT) anular a portaria que o nomeou subprefeito, porque ele não havia pedido licença da função de advogado da corregedoria da Fundação Casa, antiga Febem. Embora evite o assunto, o aliado afirma que não decepcionará os moradores. "Todos sabem que eu era funcionário do Estado, portanto, não dependo disso. Se hoje ou amanhã Marinho achar que não sirvo, ele me exonera e retorno ao meu cargo."

Apesar de o prefeito admitir que entregou o subdistrito ao DEM (que fez dois vereadores) em troca do apoio da sigla que garantiu a ele maioria na Câmara (11 das 21 vagas), Fausto afirmou que sua única intenção é recuperar a imagem do poder público na região. "A população está desacreditada da administração, mas desta vez terá alguém que vai trabalhar. Estou aqui, porque tenho amor pelo Riacho."

Disposto a "sujar os pés" para cumprir o plano de governo, que prevê a transformação do Riacho em um pólo turístico, Fausto afirmou não se importar em ser apenas um assistente de Marinho. "Não me incomodo. Claro que o prefeito falou que sou subordinado, mas isso é óbvio. Conheço o plano de governo que o povo escolheu e vou aplicar."

A falta de experiência na área, segundo ele, não atrapalhará o desenvolvimento das propostas. "Na verdade, a região precisa de uma pessoa que compreenda a realidade porque está completamente abandonada. Quero que a população sinta-se assistida. Já corremos algumas regiões para ter uma idéia do que pode ser feito. Encaminharemos os relatórios até amanhã (hoje) e daremos encaminhamentos (das demandas) aos secretários."

O subprefeito não especifica qual será a primeira medida, mas garante que solicitará maior atenção à Saúde, sobretudo na região pós-balsa, onde Marinho prometeu - durante a campanha - a construção de posto de atendimento 24 horas. "Aquela área está desprovida de qualquer assistência", observou, transferindo a responsabilidade ao chefe do Executivo. "No Riacho Grande nada funciona, mas não dá para saber por onde começar. Vai depender do prefeito escolher as prioridades."