Política Titulo Concessão
Mauá projeta concessão de água à Sabesp por 40 anos

Encontro de Alaíde Damo com presidente da estatal dá início à negociação da dívida da Sama

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
23/08/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A prefeita de Mauá, Alaíde Damo (MDB), deu novo passo para conceder a distribuição de água na cidade à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A emedebista se reuniu ontem com o presidente da estatal, Benedito Braga, e iniciou as tratativas para a assinatura de acordo.

Em comunicado à imprensa, o governo Alaíde admitiu querer conceder o serviço à Sabesp por 40 anos. Ainda de acordo com a administração, a negociação envolve abatimento da dívida, da ordem de R$ 2 bilhões, da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) com a companhia paulista, além de possíveis garantias de investimentos na rede. “Viemos aqui em busca do melhor para o município. A população sofre com a falta de água porque a rede de distribuição está muito defasada e a perda é grande. Nossa prioridade com a concessão é resolver esse problema”, frisou Alaíde, que foi à sede da Sabesp acompanhada do superintendente da Sama, Luiz Antonio Ferreira, e dos secretários João Veríssimo (Governo) e Felipe Sarinho (Assuntos Jurídicos).

Embora já aguardada, a assinatura de acordo entre Mauá e Sabesp atinge novo patamar. É a primeira vez que o município cita prazos de concessão da distribuição de água. O Diário mostrou no início do mês que, ao assinar contrato com Santo André, a Sabesp já iniciou as negociações com Mauá. O governo Alaíde acompanhou as tratativas com o governo do prefeito Paulo Serra (PSDB) e mirou acordo semelhante. Na cidade vizinha, o acerto envolveu a concessão da distribuição de água e saneamento básico por quatro décadas, abatimento gradual da dívida do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), de R$ 3,4 bilhões, além de garantia de investimentos de R$ 1,5 bilhão no período.

Diferentemente de Santo André, em Mauá o acordo envolverá exclusivamente a distribuição de água, já que o saneamento é privatizado e está nas mãos da BRK Ambiental. “Estamos prontos para assumir a gestão de água de Mauá e fazer o melhor trabalho possível. Como a cidade já possui uma operadora de sistema de esgoto, nossa intenção é levar uma macro-operação de distribuição”, comentou o presidente da Sabesp.

A solução para sanar os problemas de falta de água na cidade e para modernizar a arcaica rede do município é debatida pelo menos desde a gestão do ex-prefeito Donisete Braga (ex-PT, hoje Pros), entre 2013 e 2016. Após várias negociações frustradas com a Sabesp, o governo do então petista chegou a promover PPP (Parceria Público-Privada) da Sama. O processo foi concluído, com a BRK (antiga Odebrecht Ambiental) sagrando-se vencedora, mas a assinatura do contrato foi abortada no início do atual mandato, pelo hoje prefeito cassado Atila Jacomussi (PSB). Já a gestão Alaíde nunca escondeu o desejo de devolver à Sabesp a concessão da água.

SAMA
O comunicado do Paço mauaense indica ainda a manutenção da Sama e dos cerca de 200 funcionários da autarquia. “Uma das principais preocupações levantadas foi sobre o quadro de funcionários da Sama. A proposta é manter a equipe de trabalho, alterando apenas o objeto de funcionalidade da autarquia. Dessa forma, não haverá prejuízos”, assegurou a Prefeitura. 




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