Política Titulo Após destituição
Assessor de Eduardo vai presidir PSL de São Bernardo

Clã Bolsonaro intervém no diretório são-bernardense; Paulo Lopes diz que sigla seguirá diretrizes de deputado e presidente

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
22/08/2019 | 07:00
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Reprodução/Instagram


O núcleo em torno do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), interveio diretamente no diretório do PSL em São Bernardo e alocou um assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, para comandar o partido na cidade do Grande ABC.

Ontem, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tornou pública a nova composição da executiva do PSL são-bernardense com Paulo Eduardo Lopes como presidente. Fazem parte da comissão provisória Cícero Welton Fernandes de Alcântara (vice), Leandro Antônio da Silva (secretário-geral), Daniel Kozemekin (primeiro secretário), Renato Demarchi Sabino (tesoureiro-geral) e Paschoal de Marco Junior (vogal).

Nenhum deles é ligado ao único deputado estadual do PSL no Grande ABC, Coronel Nishikawa, de São Bernardo. A destituição do partido na cidade ocorreu no mesmo dia em que o Diário revelou que a PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça), órgão máximo do Ministério Público paulista, investigava o deputado e dois de seus assessores por suposta prática de pedágio. O parlamentar nega as acusações.

O antigo presidente do PSL de São Bernardo é um dos investigados: Walter Resende Filho, chefe de gabinete de Nishikawa na Assembleia Legislativa. O outro é David Monteiro de Mello, que também integrava o diretório são-bernardense e é assessor especial do parlamentar estadual.

Paulo Eduardo Lopes está lotado como secretário parlamentar de Eduardo Bolsonaro. Filho de Bolsonaro, Eduardo foi o deputado federal mais bem votado do País – 1,8 milhão de votos –, é o atual presidente do PSL do Estado de São Paulo e deve ser indicado pelo pai para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Ao Diário, o novo presidente do PSL municipal disse que a composição foi indicada diretamente por Eduardo Bolsonaro. “O deputado Eduardo Bolsonaro teve expressiva votação na eleição de 2018, principalmente em São Bernardo (33.099 votos), local sabidamente dominado pelo PT durante anos. A principal atribuição é uma gestão alinhada com as diretrizes do presidente da República e do partido.”

Questionado se a destituição da antiga direção tem relação com a investigação sobre a prática de pedágio no gabinete de Nishikawa, Lopes tergiversou. “Não sabemos os reais motivos que levaram a destituição da antiga nominata”, comentou ele, que disse ser filiado ao PSL de São Bernardo antes da eleição de 2018.

O novo presidente declarou conhecer Nishikawa apenas de agendas com Eduardo na Assembleia. “Nunca o vi e também não tenho opinião formada sobre os fatos. Espero que a Justiça cuide do caso e os fatos sejam esclarecidos”, discorreu. Sobre Resende Filho, Lopes argumentou que “acompanho as notícias como qualquer cidadão”. “Como atuante munícipe, espero que os fatos sejam esclarecidos sem fazer qualquer tipo de julgamento.” 




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