O vereador Sargento Lobo (SD), de Santo André, decidiu optar pelo silêncio sobre o caso envolvendo seu ex-assessor acusado de homicídio e tentativa de feminicídio. O Diário mostrou ontem que Francisco Everardo Felex Quirino, o Kapote, 54 anos, está foragido há dez meses.
Procurado na quarta-feira, por telefone, e ontem, durante a sessão na Câmara, Sargento Lobo não quis se manifestar sobre o caso.
O Ministério Público chegou a questionar o Legislativo andreense porque suspeitava que Kapote “ainda” atuava na casa ao menos até dezembro, fato que foi negado pelo presidente da Câmara de Santo André, Pedrinho Botaro (PSDB). O tucano alegou que o ex-servidor foi exonerado em 29 de outubro, dois dias depois do crime.
Kapote teria assassinado o chaveiro Francisco Pinheiro dos Santos, 56. Segundo as investigações, o crime foi motivado por ciúmes. Santos teria mantido relacionamento amoroso com Nanci Aparecida Rosa, mulher de Kapote.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado no 3º DP (Vila Pires) de Santo André, o ex-assessor de Lobo teria atirado em Nanci por volta das 23h45 de 26 de outubro do ano passado. Em seguida, teria ido à casa de Santos, na Rua Guadalupe, no Parque das Nações.
Kapote é acusado formalmente pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de feminicídio. Como ele não foi localizado, a juíza Milena Dias, da 1ª Vara Criminal de Santo André, comunicou o ex-assessor por meio de edital, no dia 31 de julho, concedendo dez dias para que apresentasse a defesa – o prazo encerrou ontem. Se condenado, Kapote pode pegar até 50 anos de prisão, somados os dois crimes.
Kapote estava lotado no gabinete de Sargento Lobo desde o dia 1º de janeiro do ano passado. Ele atuava como assessor político e de relações comunitárias de nível 2, com salário de R$ 2.972,05 por mês.
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