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Box com 38 CDs, documentário e livro estão entre obras que celebram Woodstock
11/08/2019 | 08:30
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Embora o festival Woodstock 50 não tenha dado certo, outras celebrações estão sendo realizadas para relembrar as cinco décadas do mítico festival americano. Uma delas é o lançamento de "Woodstock: 3 Days of Peace & Music", livro de arte com fotografias raras de diversos profissionais e depoimentos escritos pelo produtor principal do evento, o americano Michael Lang.

"Nós decidimos criar um novo paradigma para festivais, ao mesmo tempo trazendo para junto de nós vários grupos da comunidade da contracultura com aspirações de um mundo melhor", diz no livro um Lang pouco dado a revisionismo e autocríticas. "Sobretudo, eu imaginei o festival como um encontro das tribos, um paraíso para pessoas que pensavam parecido, onde novos e experimentais estilos de vida seriam respeitados e acomodados."

O livro, lançado no exterior em julho pela Reel Art Press, de Londres, tem fotos raras de nomes como Henry Diltz (o fotógrafo oficial de Woodstock), Baron Wolman (o primeiro fotojornalista da revista Rolling Stone) e de Dan Garson.

Outro lançamento especial é o box com 38 CDs "Woodstock - Back to the Garden: The Definitive 50th Anniversary Archive" (versões com 10 e 3 CDs e 5 LPs estão à venda). O fato do box custar US$ 799 não impediu 1.969 compradores de esgotarem a edição da gravadora Rhino - 432 faixas, 257 inéditas, um Blu-Ray da versão do diretor do célebre documentário Woodstock, o livro de Michael Lang citado acima, e réplicas de memorabilia do festival, entre outros itens.

Não há intenção da gravadora em lançar o material nas plataformas de streaming, mas a caixa foi bem recebida na imprensa americana - muito por conta da reconstrução "realista" que faz do festival, com quase todos os artistas autorizando a reprodução completa dos seus sets (remasterizados para esta edição). A exceção foi o espólio de Jimi Hendrix, que retirou duas canções. Os anúncios dos produtores durante o evento (do clássico aviso de que o LSD marrom deveria ser evitado a pedidos para que fãs descessem da estrutura de som) também foram todos catalogados e reproduzidos.

"Comparar a trilha sonora original (de 1970) ao produto de 2019 é como mudar de preto e branco para Technicolor: a compressão e achatamento que afogavam o lançamento original se foram. O resultado é uma experiência sonoramente bem-vinda que é tão imersiva quanto o possível; é uma alegria ouvir isso", resume a crítica da revista americana Pitchfork.

Outra nova produção é o documentário Woodstock: Three Days That Defined a Generation, do diretor americano Barak Goodman, para a emissora americana PBS. O filme com foco mais na audiência e nos produtores do que nos artistas promete imagens inéditas do festival, bem como uma análise do contexto que levou mais de 400 mil jovens ao mesmo local naqueles três dias há 50 anos.

Outros dois eventos causaram caos

Michael Lang, o promotor original de Woodstock, organizou dois festivais com o mesmo nome nos anos 1990. Em 94, o evento ganhou o apelido de Mudstock, por conta do lamaçal no campo da fazenda em Saugerties. Bob Dylan, Green Day e Nine Inch Nails foram os destaques. Em 1999, com shows de Rage Against the Machine, Red Hot Chili Peppers e Limp Bizkit, o festival manchou sua história por conta de episódios de incêndios, tumultos, abusos sexuais e violência na plateia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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