Os desafios da democracia em um mundo hiperconectado. Essa é a reflexão que vai guiar as discussões no evento que será organizado em parceria pelo Estado e pela Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), grupo que propõe reflexões sobre temas como desenvolvimento sustentável, economia criativa e participação na política. "Desafios da democracia no Brasil: inovação, participação e representação num mundo conectado" vai ocorrer em 4 de setembro, no Senado, em Brasília.
Entre os temas que serão debatidos estão a qualidade das decisões dos governantes diante de um ambiente virtual contaminado com notícias falsas e discursos polarizados; o direito à privacidade; a proteção de dados e também o uso da inteligência artificial.
Diretora executiva da Raps, Mônica Sodré ressaltou a importância de se entender o novo cenário, sobretudo a partir do impacto da tecnologia, que tem sido decisiva em eleições majoritárias em vários países - e no Brasil. "Se temos um mundo mais conectado, o ambiente onde se discutem assuntos como política, por vezes, se encontra bastante segmentado", afirmou Mônica, que é doutora em Relações Internacionais pela USP e mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
"Nosso objetivo com esse evento é combinar perspectivas muito diferentes sobre assuntos que estão surgindo e outras que já estão no nosso desenho institucional há mais tempo quando se fala de democracia", acrescentou a diretora.
Segundo ela, o debate sobre participação popular, representação e partidos políticos ganha ainda mais relevância no Brasil, uma vez que fatores como a desigualdade social representam obstáculos para a expansão da tecnologia.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), considerando dados compilados em 2016, uma em cada três pessoas no País não tem acesso à internet. "Como discutir participação popular e tecnologia no Brasil, em que parte significativa das pessoas está fora do ambiente digital?", questiona ela.
Capacitação
A Rede de Ação Política pela Sustentabilidade foi criada em 2012 com o objetivo de selecionar, capacitar e dar apoio a lideranças políticas. Segundo a organização, cerca de 580 lideranças estão ligadas hoje ao grupo. Eles estão em 28 partidos políticos de diferentes orientações ideológicas - do PSOL ao Novo.
Com mandatos eletivos, são 134, sendo seis senadores, 26 deputados federais, 26 deputados estaduais, dois distritais, 54 vereadores, dois governadores, 14 prefeitos e quatro vice-prefeitos. Os membros são escolhidos por meio de um processo de seleção anual.
"Esse processo seleciona líderes políticos em diferentes estágios da vida pública, entre eleitos e potenciais interessados em disputar eleições municipais, estaduais e federais. Estimulamos o diálogo, visão de longo prazo e conhecimento científico para construção de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável do país", afirmou Mônica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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