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Advogado paraguaio pede extradiçao de Stroessner
Por Do Diário do Grande ABC
14/04/1999 | 11:47
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O advogado Martín Almada, representante da Associaçao Americana de Juristas, pediu esta quarta-feira ao juiz espanhol Baltasar Garzón que solicite ao Brasil a extradiçao do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, para processá-lo por crime de genocídio.

Stroessner está asilado no Brasil há 10 anos e seu visto de residente vence em agosto, afirmou o advogado, atual presidente do Tribunal Ético contra a Impunidade, no Paraguai. Em seu testemunho diante de Garzón, o advogado paraguaio denunciou a ``participaçao direta' da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) na sinistra ``Operaçao Condor', uma rede repressiva militar que operou nos anos 70 e 80 na América do Sul.

Segundo disse Almada, participaram deste plano repressivo cerca de 90. 000 militares argentinos, chilenos, paraguaios, uruguaios e de outros países sulamericanos, ressaltando que ``oficialmente é possível apresentar provas documentais contra 46.000 militares implicados, mas este número pode ser o dobro'. O advogado também denunciou ``as atuaçoes da Interpol paraguaia' na repressao militar, durante a ditadura de Stroessner (1954-89).

O escritor paraguaio Augusto Roa Bastos, que na semana passada disse na Espanha que apóia categoricamente a petiçao de extradiçao de Stroessner, iria acompanhar o advogado em seu depoimento perante Garzon, mas nao compareceu por problemas de saúde. ``Eu confio na justiça espanhola', afirmou Almada antes de responsabilizar o ex-ditador chileno (1973-90) Augusto Pinochet como o principal gestor e promotor da Operaçao Condor.

Almada - descobridor em 1992, no Paraguai, dos "Arquivos do Terror" relacionados com a Operaçao Condor - entregou a Garzón uma série de documentos para comprovar suas denúncias. Ele relatou especialmente o caso de um chileno que foi entregue pelo Paraguai ao Chile e que posteriormente ``desapareceu depois de ser torturado' na chamada Villa Grimaldi, de Santiago. ``Este é um caso que evidencia o poder que Pinochet tinha sobre Stroessner', afirmou o advogado.




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