Atuais dirigentes das siglas nas duas cidades dizem que foco é retomar cadeiras nas Câmaras
Após amargar derrota histórica ao não eleger nenhum prefeito no Grande ABC em 2016 pela primeira vez desde que foi criado, o PT caminha para apoiar outros partidos em pelo menos duas cidades na eleição majoritária do ano que vem: São Caetano e Ribeirão Pires. Atuais dirigentes das siglas nos dois municípios admitiram ao Diário essa possibilidade.
As duas cidades possuem em comum o fato de o petismo não ter conseguido eleger um vereador sequer na última eleição municipal. No caso de São Caetano – único município da região onde o PT nunca governou –, a conjuntura é agravada pela aversão do eleitorado à legenda, que protagonizou escândalos envolvendo petistas da cidade. O foco, segundo os militantes, é retomar a representatividade da sigla nos Legislativos.
“Não temos a obrigação nem de ter nem de não ter candidato (a prefeito)”, sintetizou Márcio Della Bella, atual presidente do petismo em São Caetano. Ele foi o prefeiturável da legenda na eleição de três anos atrás e amargou a sétima colocação – teve 898 votos. No pleito anterior, de 2012, o partido viu seu então candidato a prefeito, Edgar Nóbrega, renunciar à candidatura no meio da campanha após se envolver em escândalo de suposto mensalinho. Apesar do revés, o petismo conseguiu eleger um vereador que, mais tarde, disputou a reeleição por outra legenda (Pio Mielo, hoje presidente da Câmara pelo MDB).
A situação do PT em São Caetano é dramática. Está sem sede e sem registro oficial.
Em Ribeirão, o petismo chegou a ensaiar apoio à futura candidatura à reeleição do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB), mas as negociações azedaram quando o socialista começou a cogitar retornar ao PSDB. “Se o Kiko ficar no PSB, a conversa é possível”, assegurou o presidente do diretório local, o ex-vereador Renato Foresto. Além de Kiko, o petista confirmou ter conversado, inclusive, com os ex-prefeitos Clóvis Volpi (Patriota) e Saulo Benevides (MDB). “Tem muita gente querendo conversar com o PT”, disse.
Na eleição municipal passada, Foresto também representou o PT na disputa pelo Paço – ficou em quarto, com 4.490 votos. O partido governou a cidade por dois mandatos consecutivos, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2004, com Maria Inês Soares.
ALIANÇAS
A possibilidade de abrir mão de ter candidato próprio nessas duas cidades já havia sido aventada pelo presidente estadual do PT, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, em entrevista ao Diário. Segundo o mandatário, é preciso “fazer avaliação com pés no chão, dependendo da realidade de cada cidade”. A ideia é amarrar alianças rumo a 2022.
Se optar por esse caminho, será a primeira vez desde sua fundação, na década de 1980, que o PT não terá nomes nas disputas em todas as sete cidades.
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