Pinacoteca de Mauá segue na celebração dos 15 anos com mostra que incluí reportagens do Diário
São 15 anos de trabalho para fomentar o universo artístico, nesse caso, em especial, o das artes plásticas. É a Pinacoteca de Mauá, que festejou a data em dezembro com exposição vista por cerca de mil pessoas e, agora, num segundo momento, abre outra, 15 Anos Pinacoteca, para seguir com a celebração. A visitação é gratuita e pode ser feita até 23 de setembro.
“No primeiro momento destacamos os principais artistas presentes no acervo. Agora selecionamos obras com técnicas variadas, a fim de que o público tenha contato com toda diversidade do acervo”, explica Cecília Camargo, coordenadora e curadora do espaço.
Além disso, parte da mostra é ilustrada por diversas reportagens, inclusive algumas feitas pelo Diário ao longo dos anos de atividade da Pinacoteca. “Existe o campo da memória afetiva, que é construído por depoimentos e impressões. E existe a história registrada por meio de documentos. As reportagens do Diário são importantes documentos que avalizam e trazem idoneidade às informações que constroem a trajetória da Pinacoteca durante esses 15 anos”, diz Cecília.
Há material que conta da abertura do local, sobre mostras do acervo e de exposições temporárias. “Quando temos uma reportagem sobre a Pinacoteca, a repercussão é muito positiva, ampliando o público espontâneo e fortalecendo a imagem da Pinacoteca”, reforça.
Entre as obras de arte pinceladas, o visitante encontrará gravura em metal, xilogravura, esculturas, óleo sobre tela, acrílica sobre tela, fotografia e técnicas mistas. “Os artistas selecionados têm representatividade no cenário nacional, alguns deles pertencentes à cidade de Mauá, como Aluísio dos Santos, Hans Grudzinski, Mitsunaga, Cristiane Carbone e também da região, como Pierino Massenzzi e Sandra Cinto”, revela a curadora.
Ela diz que entre as peças escolhidas, todas tem relevância como expressão dialógica e simbólica. Segundo Cecília, trabalhos de Aluísio, Mitsunaga e Grudzinski apresentam dimensão além de artística, também histórica, onde as memórias do desenvolvimento da cidade estão presentes. “Mas também considero importante obras como a escultura de Dener de Sousa, que foi premiada no Mapa Cultural Paulista de 2013 e resgata a importância da preservação do meio ambiente ao mesmo tempo em que representa a arte urbana mais atual.”
O acervo do espaço, que iniciou com 50 obras, hoje soma 300 peças, entre fotografias, gravuras, pinturas e esculturas, além de uma coleção de esboços, desenhos, pinturas e fotografias que representam o processo artístico de Daniel Ryo (artista do Interior do Estado), morto em 2010. Sua família, por meio do artista plástico e ceramista Yasuichi Kojima, doou vasto material que ainda está sendo classificado e catalogado.
“Em um País onde a Cultura é sempre desvalorizada, o grande desafio da Pinacoteca é existir”, diz, sobre a maior dificuldade que o local enfrentou em seus 15 anos. Já como conquista ela destaca a ampliação do acervo e a legitimação do aparelho cultural “como espaço de fruição da arte produzida atualmente”.
Outra novidade que o espaço celebra é que a artista plástica Maria Luiza Menezes foi sido contemplada no FAFC (Fundo de Apoio e Fomento à Cultura de Mauá), com projeto que irá digitalizar e disponibilizar o acervo da Pinacoteca.
Para o futuro, a coordenadora pensa em investir, por meio de apoios, na conservação das obras. Ampliar o acervo dos livros de arte, que hoje somam cerca de 400 títulos, também está no planejamento. Além de promover diálogos entre os artistas da cidade e da região, sobre suas produções e as interfaces que surgem dessas reflexões. “Trabalhar em Cultura é sempre resistir, principalmente em tempos como os de hoje. É usar a arte para vencer a barbárie”, encerra.
15 Anos Pinacoteca – Exposição. Na Pinacoteca Municipal de Mauá – Rua Gabriel Marques, 353 . De segunda a sexta, das 9h às 17h. Até a 23 de setembro. Grátis.
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