Cultura & Lazer Titulo
Tarumã mostra ‘Palavriá’ na TV
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
03/12/2005 | 08:44
Compartilhar notícia


Bicampeão do e-festival IBM em 2002 e 2003, o compositor Daniel Sanches, do grupo Tarumã, ganha domingo uma nova oportunidade para exibir a música que lhe garantiu as vitórias, Palavriá. A banda participa do segundo especial de TV Disseminando a MPB, que celebra os cinco anos do festival e vai ao ar pela TV Cultura, às 20h.

A gaúcha Adriana Calcanhotto e o vencedor da categoria júri de 2002, o alagoano Sóstenes Lima, também aparecem na telinha. Com quatro blocos de dez minutos cada, o programa traz entrevistas, nas quais todos contam sobre suas carreiras e as dificuldades de se sobressair no mercado nacional. Há, ainda, trechos do show de Adriana no Tom Brasil, em São Paulo. O Disseminando a MPB é conduzido pelo musicólogo Zuza Homem de Melo, presidente do júri e curador do e-festival.

A idéia é que os vencedores contem o que mudou em sua trajetória após a premiação. No caso do Tarumã, Sanches é enfático: “o e-festival IBM foi um divisor de águas”. O artista, que formou o grupo quando ainda residia no Grande ABC (hoje ele mora em Águas de São Pedro), afirmou que o reconhecimento reverteu em uma profissionalização do trabalho. Mais que isso, significou uma guinada. É que, curiosamente, Palavriá era uma música que destoava do repertório da banda, então mais voltado às tradições da música brasileira, acústico e cheio de arranjos vocais. Acabou ficando mais comercial, mais moderna. Deu no que deu.

Como foi vencedora em 2002, o Tarumã não hesitou em colocá-la na disputa novamente no ano seguinte. Sanches até admite que poderia ter inscrito outra canção, mas preferiu ser fiel à tática do “em time que está ganhando, não se mexe”. “Palavriá foi a pelo menos 15 festivais e ganhamos oito. Não vejo problemas nisso, porque ela ainda é inédita, não foi gravada. Quanto mais ela aparecer, melhor”, argumenta. No recente Festival Cultura – A Nova Música do Brasil, a canção foi desclassificada pelo quesito ineditismo. Sanches acredita que foi uma decisão injusta e, por isso, acionou judicialmente a organização.

Só que nem o esforço em transformar o som em algo mais palatável, nem os diversos prêmios fizeram com que o Tarumã se tornasse a bola da vez. A banda não lotou sua agenda, embora o cachê tenha aumentado – na visão de Sanches, como decorrência de um aperfeiçoamento natural. O prêmio de R$ 25 mil que receberam na segunda edição do e-festival IBM teve uma boa fatia mordida pelo Imposto de Renda e, como não planejaram esse desconto, o projeto do primeiro CD foi adiado.

Os shows que realizaram ao lado do Skank, Luiz Melodia e Paula Lima e agora, Adriana Calcanhotto, deram algum peso ao currículo, mas não se converteram em oportunidade real de aprofundar contato. “O Luiz nos acolheu com mais firmeza, nos levou ao camarim, conversou com a gente, Mas no geral, não houve interesse em conhecer nosso trabalho”, diz. Para Zuza, não economizou elogios: “Ele é uma graça. Nos acolheu bem, adora nossa música”.

Ainda assim, o ânimo do Tarumã não se arrefece. Para Sanches, é muito importante que festivais se consolidem e outros surjam, inclusive por iniciativa das rádios. Domingo mesmo, a banda apresenta na TV Cultura uma canção nova, Frutos do Tempo. Sinal de que pretende investir em novidades, e uma forma de dizer que a renovação da música brasileira é necessária.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;