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Em Ribeirão, cemitério público aguarda zeladoria

Funcionários denunciam que área não recebe manutenção há três meses; moradores reclamam

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
30/07/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


 O cenário de abandono do Cemitério Municipal São José, bairro Vila Caiçara, em Ribeirão Pires, é alvo de reclamações de munícipes cujos familiares estão enterrados no local. Em visita ao local, a equipe do Diário constatou que os principais problemas do equipamento, como mato alto, lixo e túmulos deteriorados, se restringem à parte alta do equipamento, onde ficam os jazigos públicos. Funcionários alegam que há pelo menos três meses não há manutenção na área.

O Diário denuncia a negligência do poder público no Cemitério São José há pelo menos cinco anos. Além da questão da zeladoria, o equipamento também enfrenta problemas como superlotação e contaminação do solo. Neste caso, depois de ser multada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) em cerca de R$ 200 mil devido a infrações ambientais, a Prefeitura iniciou processo de remediação no local.

A cuidadora Maria Elizabete Ufinsk, 65 anos, perdeu o marido há dez anos e o padrasto há oito. Ambos estão sepultados na parte pública do cemitério. A moradora de Ribeirão se mostra insatisfeita com o fato de existir diferença entre a zeladoria das áreas pública e privada. “Depois que ampliaram, o cemitério ficou muito mais exposto e parece que não dão atenção. Olhando os dois espaços parece lugares diferentes. O descuido com a parte pública é uma falta de respeito”, lamenta.

Desde que o problema da superlotação se mostrou, há pelo menos três gestões – Clóvis Volpi (Patriota, 2005-2012), Saulo Benevides (MDB, 2013-2016) e Adler Kiko Teixeira (PSB) – medidas paliativas são adotadas pela Prefeitura, como ampliação da área de sepultamento e redução do prazo máximo de exumações das ossadas.

Conforme a administração municipal, o Cemitério São José tem 2.500 jazigos. Um dos trabalhadores da área acredita que pelo menos 700 sejam públicos. A Prefeitura informou ainda que “por meio da Secretaria de Serviços Urbanos são realizados no local, de forma permanente, trabalhos de limpeza e conservação da área”.

Sobre a questão ambiental, a Prefeitura disse cumprir todas as solicitações da Cetesb e que está em processo de contratação de empresa para realizar periodicamente análises das águas do lençol freático. Já a Cetesb observou que o cemitério é uma área remediada em monitoramento e que acompanha os relatórios apresentados pela Prefeitura. A partir de maio do próximo ano, quando está prevista a apresentação do estudo final sobre o local, a companhia ambiental vai avaliar se área poderá ser considerada reabilitada.

SOLUÇÃO

Para o presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida) e advogado especialista em meio ambiente Virgílio Alcides de Farias, a investigação ambiental precisa ser realizada de forma mais efetiva no Cemitério São José. “O Ministério Público e a Vigilância Sanitária também precisam monitorar essa área descuidada. Um dos pontos importantes a ser investigado são os jazigos. Dependendo do local, precisa ter um certo espaço entre o jazigo e o lençol freático e isso precisa ser analisado.”




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