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Bolsas da Europa fecham mistas, mas queda da libra impulsiona Londres
29/07/2019 | 14:50
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As principais bolsas da Europa fecharam sem direção única nesta segunda-feira, 29. O mercado se prepara para a intensa agenda semanal de publicações, que inclui leituras de inflação e crescimento econômico no continente europeu e decisões de política monetária ao redor do mundo. A forte queda da libra também pesou sobre as bolsas. O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,03% para 390,85 pontos.

Nos próximos dias, investidores acompanharão atentamente as decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), do Banco da Inglaterra e do Banco do Japão (BoE e BoJ, nas siglas em inglês). Para o Fed, o consenso entre analistas é de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros, enquanto os bancos britânico e japonês devem manter sua política e diretrizes inalteradas esta semana, avalia o vice-presidente do Scotiabank, Derek Holt.

Os pregões foram marcados pelo recuo acentuado da libra ante o dólar e o euro, que favorece as exportadoras britânicas, mas demonstra preocupações mais intensas de que o Reino Unido deixe a União Europeia (UE) - processo chamado de "Brexit" - sem acordo com o bloco econômico. Nesta segunda, a Confederação da Indústria Britânica (CBI) voltou a alertar para os riscos econômicos de uma saída "dura" da UE, com impactos negativos para ambas as partes.

Além disso, ao longo da semana serão publicadas as primeiras estimativas de crescimento dos Produtos Internos Brutos (PIB) da França, Espanha, Itália e zona do euro no segundo trimestre do ano. Serão publicadas ainda as leituras dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Reino Unido, da Alemanha e da zona do euro em julho; estes dois últimos publicarão também os dados de crescimento da inflação no mesmo período.

Também está no radar a nova rodada de negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que ocorrerá nesta semana em Xangai. Embora sinalize a disposição de ambos os países para retomar as negociações, autoridades americanas vêm reforçando que não há expectativa de data para um acordo. Na sexta-feira, o presidente Donald Trump sugeriu que os chineses podem esperar até depois das eleições presidenciais de 2020 nos EUA.

Na bolsa de Londres, o destaque do pregão foi o London Stock Exchange Group (+15,34%), em meio a rumores da aquisição da empresa de dados Refinitiv, atualmente controlada por Blackstone e Thompson Reuters. Outra forte valorização foi da Just Eat (+22,72%), do setor de delivery de alimentos, que pode se fundir com a holandesa Takeaway.com para criar uma das maiores companhias do ramo no mundo. O índice FTSE 100 avançou ganhou 1,82%, a 7.686,61 pontos.

Em Paris, a sessão teve ganhos da farmacêutica Sanofi (+1,51%), que publicou nesta segunda seus lucros do segundo trimestre, e da L'Oreal (+0,80%), que divulgará seu balanço semestral nesta terça. No entanto, o pregão foi pressionado por perdas como as do setor automobilístico, incluindo Michelin (-1,82%), Peugeot (-1,82%) e Renault (-1,01%), e o índice CAC 40 caiu 0,16% para 5.601,10 pontos.

Em Frankfurt, o índice DAX, fechou praticamente estável, em baixa de 0,02%, aos 12.417,47 pontos. O noticiário alemão acompanha a atuação da recém-empossada ministra da Defesa Annegret Kramp-Karrenbauer, líder do partido CDU, da primeira-ministra Angela Merkel, e considerada a escolha da chanceler para sucedê-la à frente do governo alemão.

Na bolsa de Milão, o índice FTSE MIB recuou 0,59% e fechou na mínima intraday, aos 21.709,30 pontos. No país, permanecem os receios de que atritos entre os partidos Liga e Movimento 5 Estrelas levem à dissolução da coalizão do governo, causando eleições antecipadas. Também existe o risco de novas eleições na Espanha, onde o primeiro-ministro Pedro Sánchez enfrenta dificuldades para formar um governo entre seu partido (PSOE) e o Podemos, ambos da esquerda. O índice Ibex 35, de Madri, teve baixa de 0,11%, aos 9.215,40 pontos.

Em Lisboa, o índice PSI 20 recuou 0,13% e fechou aos 5.134,84 pontos.




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