Artigo

A lentidão sempre marcou o desenvolvimento de qualquer obra pública de vulto no Brasil. E não há nenhuma evidência de que o cronograma apresentado pelo Programa de Investimentos em Logística: Rodovias e Ferrovias será cumprido à risca com a aplicação em 25 anos de R$ 91 bilhões em 10 mil quilômetros de linhas férreas e R$ 42,5 bilhões em 7.500 quilômetros de rodovias, o que equivale a investimento total de R$ 133,5 bilhões.

Até porque um quarto de século é tempo demasiado que estará sujeito a muitas chuvas e trovoadas políticas. E a experiência tem mostrado que o Estado sempre gasta mal. É o que se tem visto ao longo da atuação do Ministério dos Transportes, que nunca consegue aplicar em obras nem 50% dos recursos que empenha todos os anos em seus orçamentos.

Se o PNLT (Plano Nacional de Logística e Transportes) seguir o caminho certo, em 2025, a matriz de transporte será mais homogênea. Assim, o modal rodoviário, hoje majoritário e responsável por mais de 60% de todo o transporte de carga, deverá representar apenas 30%. Já o modal ferroviário, hoje com cerca de 25%, deverá passar para 35% em13 anos.

Mas, já que se trata de planos visionários, não se pode esquecer o modal aquaviário. Talvez ainda vá demorar muito para se ver filas de contêineres em barcaças como se contempla habitualmente nas águas do Rio Neckar, nas proximidades do porto fluvial de Mannhein, na Alemanha. Mas não custa sonhar.

Segundo os números do PNLT, o transporte aquaviário, quem sabe tomado por um furor ‘thatcheriano', dará salto gigantesco até 2025, passando dos atuais 14% na matriz de transporte para 29%. É verdade que o papel aceita tudo, mas, se o PNLT em 13 anos concretizar pelo menos 50% do que prevê, o Brasil já terá saldado débito de décadas de atraso em investimentos em logística.

E, como disse a presidente Dilma Rousseff no discurso que serviu para anunciar o Programa de Investimentos em Logística: Rodovias e Ferrovias, que faz parte do Plano Nacional de Logística e Transportes, o País terá finalmente infraestrutura compatível com o seu tamanho. Que essa não seja apenas frase de efeito. É o que ansiosamente a Nação espera.

Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo-SP, e diretor do Sindicomis.

PALAVRA DO LEITOR

Metrô

Como se não bastasse o ar poluído pela queima dos péssimos combustíveis usados nos carros brasileiros, agora é a vez de o Metrô de São Paulo entrar na lista de poluidores. Dia 23, utilizei as linhas que vão ao Tucuruvi e Corinthians-Itaquera, ao olhar os dutos de ar-condicionado, não acreditei no que vi: fuligem escura. Passei lenço de papel branco e ficou escuro. Acredito que o presidente do Metrô e o governador Alckmin não andam nesse meio de transporte, pois isso é vergonha, desrespeito ao usuário! Meus pulmões agradecerão se melhorarem a limpeza no Metrô. Como a passagem está cara demais, dinheiro para isso tem!

Ailton Gomes, Ribeirão Pires

Deploráveis

Pobre, Brasil! País que teve, a partir de 1964, primeiro a ditadura dos militares, de triste memória, depois a ditadura das elites políticas da direita e, por último, a ditadura da ‘prepotência'. Todas são deploráveis. De fato, alguns jovens na primeira permaneceram sob a saia da mãe, que era muito mais aconchegante do que o atual bolso do colete do Maluf e seus velhos e novos amigos.

Aimardi Perez de Oliveira, São Bernardo

Resposta

Em relação à carta da leitora Eliandra Mara Caparroz (Roleta-russa, dia 26), a Prefeitura de São Bernardo informa que a velocidade da nova Lions nesse trecho está regulamentada a 60 km/h. No entroncamento do acesso da Avenida Caminho do Mar com a Lions também foi instalada placa que regulamenta a preferência de passagem. Sendo assim, o local está perfeitamente sinalizado. O trecho em questão possibilita ao motorista escolher entre diversos sentidos. Há entrelaçamento de fluxos de veículos. Porém, está para ser implementado outro acesso à Avenida Lions pela Rua 24 de Maio, o que elimina o acesso para veículos de passeio pela Avenida Caminho do Mar. Vale ainda ressaltar que as alças de acesso e a Rodovia Anchieta são de inteira responsabilidade da Ecovias, não cabendo à Prefeitura de São Bernardo nenhum tipo de intervenção, fiscalização ou operação no local.

Prefeitura de São Bernardo

Exemplo

São Caetano inaugura outro hospital de porte médio, mesmo sem ajuda financeira do governo federal, que foi negada pelas autoridades petistas e peemedebistas de Brasília; aumentando em 84 leitos a capacidade de internação no sistema municipal de Saúde. A gestão anterior entregou no último ano de seu governo o segundo hospital público da cidade, e a administração atual duplicou para quatro unidades, mais o Hospital São Caetano, que se tornará um Hospital de Clínicas Municipal, e tem outra UPA em construção. A Saúde pública da cidade em pouco tempo será exemplo para o País todo, mesmo que apenas com ajuda do governo estadual.

Ruben J. Moreira, São Caetano

Troca na Rota

Gostaria de iniciar este comentário dizendo muito obrigada ao coronel Modesto, que mesmo por pouco tempo substituiu à altura o melhor comandante que teve a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, o também coronel Paulo Adriano Telhada. Em ano eleitoral, onde os objetivos de um partido político não condizem com os apelos feito pela população, gostaria de perguntar: será que basta trocar os comandantes na nossa Polícia Militar? Será que já não passou do tempo de também trocar o comando de um governo de Estado que toma decisões que vão contra o anseio popular? Será que a próxima edição do filme Tropa de Elite vai ser rodado em nosso Estado? É lamentável perceber a inversão de valores! E mais lamentável ainda é perceber que a população ainda continua cochilando e alheia à triste realidade de instituição tão importante.

Antônia Liberalino Bitu, São Bernardo

Joio e trigo

Vote nulo ou em branco e permita que um ‘saco sem fundo' seja escolhido por eleitores sem critérios para governar a sua cidade. Se você tem como opinião que todos os políticos não servem para governar, porque são corruptos, e eles são os representantes desta sociedade, então a sociedade é corrupta, está errado! Não é verdade. Entre quem se propõe aos cargos, muitos são realmente competentes, éticos, possuem objetivos a serem implantados para dar melhores condições de vida a todos. Devemos ser responsáveis ao escolher o candidato. Aliás, não devemos ter em mente apenas um, mas ter um rol de bons candidatos e, dentre eles, selecionar o melhor. Até um mau político agirá dentro da ética se estiver sob a luz vigilante dos eleitores.

Paulo H. Arashiro, Santo André