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Em busca de sete medalhas de ouro no Pan

Hugo Calderano, sétimo do mundo, embala tênis de mesa do Brasil que chega a Lima como favorito

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
29/07/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Entre as medalhas projetadas pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, certamente estão os sete ouros em disputa no tênis de mesa. O Brasil evoluiu muito na modalidade nos últimos anos, ao ponto de chegar na competição como favorito tanto nas disputas individuais, no torneio por equipes, como também nas duplas masculina, feminina e mista. No total, estão em jogo 11 pódios.

O que dá essa confiança é o fato de a Seleção Brasileira ter entre os seis atletas que vão ao Pan, quatro integrantes do Top 100 mundial e todos ligados ao Grande ABC. O time masculino inteiro está vinculado a São Caetano: Hugo Calderano (7º do ranking), Gustavo Tsuboi (35º) e Eric Jouti (66º). Entres as mulheres, Bruna Takahashi (74º) nasceu em São Bernardo e compete por São Caetano. As outras brasileiras no Peru são Jéssica Yamada (179º) e Caroline Kumahara (291º).

O grande destaque, sem dúvida, é Calderano, 23 anos, que em 2018 colocou pela primeira vez a América Latina entre os dez primeiros do mundo. Ele está em sétimo, mas subirá para o sexto lugar na próxima atualização. O domínio brasileiro é tão gritante que o seu principal rival na luta pelo ouro no individual é o companheiro de equipe, Gustavo Tsuboi.

“Pan é importante para o tênis de mesa do Brasil, que tem muita tradição. O nível não é tão alto, como nos abertos e mundiais que estamos acostumados a jogar, mas nosso objetivo é trazer várias medalhas para o País”, assume Calderano, que disse lidar bem com a responsabilidade de virar o protagonista da modalidade após a aposentadoria do xará Hugo Hoyama. “Estamos acostumados com a responsabilidade. Nas Américas todo mundo espera o ouro para o Brasil, mas o importante é manter a cabeça fria e pensar só no que precisamos fazer para conquistar essas medalhas”, ressalta.

O mesa-tenista vai aproveitar a competição como espécie de preparação para o grande sonho da carreira, a inédita medalha olímpica. “Penso muito em Tóquio (2020), mas também tenho de deixar minha mente tranquila. Em um ano tem muito para evoluir e não dá para ficar pensando só nisso para não ficar paranoico. Mas treino todos os dias com o objetivo de brigar por medalha em Tóquio”, admite,
Carioca, Calderano veio para São Caetano aos 14 anos. Foi na cidade que ganhou visibilidade até se mudar para a Alemanha, há cinco anos, país que adotou para facilitar o ingresso nos grandes torneios, além de ser mais acessível para seu treinador pessoal, o francês Jean-René Mouni, um dos mais respeitados do mundo. Na última semana, ele retornou as origens durante os treinos da Seleção Brasileira no Circolo Italiano, em São Caetano. “Treinar aqui é uma sensação de voltar para casa. Sempre muito bom estar no Brasil, reencontrar as pessoas que eu gosto”, finaliza.

RECOMEÇO
O Pan de Lima é nova chance para Caroline Kumahara, que já defendeu São Caetano. A mesa-tenista de apenas 23 anos, ex-número um do Brasil, enfrentou problemas emocionais depois da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e por pouco não abandonou a carreira.

Agora, em Lima, ela encara a disputa como chance de fazer parte do primeiro time feminino a conquistar uma medalha de ouro no Pan. “Estamos vindo de bons resultados, principalmente por equipes, isso dá confiança. É possível brigar por esse ouro inédito para o Brasil”, comentou Kumahara, que garante estar bem. “Depois da Olimpíada aconteceram coisas pessoais, mistura de sentimentos, teve a transição do juvenil para o adulto e a cobrança muito forte, principalmente por parte do meu pai. Tive crise de ansiedade, não tinha vontade de treinar, mas fiz terapia que me ajudou muito. Foi uma época bem difícil”, constata. 




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