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‘Madame Satã’ é apresentado na Capital

Musical traça trajetória de personagem carioca e fala sobre homofobia, racismo e amor

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
25/07/2019 | 07:29
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Bruno Poletti/Divulgação


Um dos personagens mais icônicos da boemia do Rio de Janeiro foi Madame Satã (1900-1976). Este foi o apelido dado a João Francisco dos Santos, um transformista que fez história no bairro da Lapa. E sua história é contada no Madame Satã – Um Musical Brasileiro, em cartaz no palco do Teatro Jaraguá, em São Paulo, até 8 de setembro. A dramaturgia é assinada por Rodrigo Jerônimo e Marcos Fábio de Faria.

O espetáculo, apresentado pelos mineiros Grupo dos Dez, além de construir a biografia do malandro carioca, também discute temas como homofobia, racismo e homoafetividade. Com trilha sonora inédita, o musical é entrecortado por textos poéticos, combativos e dá visibilidade às pessoas invisíveis da sociedade que não se enquadraram na heteronormatividade vigente.

João foi um dos 18 filhos de uma família pobre. Trocado por uma égua, tornou-se uma figura mitológica da Lapa carioca, sendo negro, pobre e homossexual. Analfabeto de pai e mãe, como ele costumava dizer, o artista é símbolo da incorporação de elementos da cultura ocidental europeia à malandragem carioca, com claras referências às manifestações africanas.

Com preparação corporal orientada pelo bailarino e ator Benjamin Abras, a corporeidade das danças afro-brasileiras sutilmente torna-se parte do trabalho, tendo como método principal o treinamento para a capoeira angola, o samba de roda, a dança dos orixás e a dança contemporânea.

Madame Satã – Um Musical Brasileiro – Teatro. No Teatro Jaraguá – Rua Martins Fontes, 71, Consolação, São Paulo. Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h. Ingressos: R$ 60 (R$ 30 meia), à venda em www.sympla.com.br. 




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