É inegável que o aparelho celular, cada vez com mais recursos, encurtou distâncias e facilitou a vida de todos, inclusive em questões relacionadas ao trabalho. Por outro lado, também se transformou em espécie de droga, capaz de fazer milhões de dependentes espalhados pelos quatro cantos do mundo. No Brasil não seria diferente. E como toda droga, também pode levar à morte.
Como mostra reportagem de hoje deste Diário, usar aparelho enquanto dirige não é boa combinação. Estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego aponta que a prática é a terceira causa de mortes no trânsito no Brasil, com registros de 150 vítimas fatais por dia e 54 mil anualmente.
O levantamento não faz um recorte sobre números do Grande ABC, mas a se julgar pela quantidade de multas aplicadas em 2018 a situação é preocupante. Afinal, nada menos do que 53 infrações por dia foram registradas ao longo do ano passado nas sete cidades, 19.616 no total.
A bem da verdade houve queda de 8,36% em relação a 2017, mas especialistas avaliam que a imprudência de usar o celular enquanto dirige revela a ineficácia de mudanças realizadas no Código de Trânsito Brasileiro, em 2016. A infração passou a ser considerada gravíssima, com multa de R$ 293,47 e sete pontos na carteira de habilitação. No entanto, fica claro que muitos motoristas dão de ombros para regras.
<EM>E também não se importam em colocar a própria vida, ou as de passageiros, pedestres e outros condutores, em risco. Estudos mostram que o uso do ceular aumenta em 400% as chances de o motorista se envolver em acidentes de trânsito, percentual comparável ao perigo de dirigir sob efeito de álcool.
Não se discute que o celular é, para os dias corridos de hoje, importante ferramenta, mas quem o carrega precisa ter a consciência de que não deve ser usado em todo lugar, muito menos quando se está ao volante. Se multas e campanhas de conscientização não surtem efeito, que a carteira de habilitação do infrator seja cassada. Jogo duro talvez funcione.
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