No estouro da crise financeira internacional, em meados de setembro de 2008, o mercado de ações foi quem mais sofreu os impactos da perda de confiança mundial. As primeiras as responderem negativamente foram as Bolsas de Valores que perderam boa parte de seus investidores e chegaram a níveis baixíssimos de negociação.
A maioria dos papéis em negociação foram subvalorizados e, então, para os que tinham uma renda extra, aquele era um bom momento de investimento a médio prazo, contando com as expectativas de recuperação ainda para o primeiro semestre deste ano.
No entanto, antes mesmo do fim dos primeiros seis meses de 2009, o Ibovespa voltou a rondar os 50 mil pontos e recuperou mais de 30% somente neste ano e, desde o menor patamar do ano passado, em outubro, a alta já é de 65%.
Nesse novo cenário, se as oportunidades não ficarem tão claras para o investidor comum, vale a máxima do longo prazo. "Em comparação com o ano passado, o prazo considerado para retorno do investimento já tem de ser bem maior", afirma Ayrton Naka, sócio-proprietário da Agea Invest, escola de negócios de Santo André. Uma vez que boa parte do valor real das ações já foi recuperado, o investidor que quiser entrar agora no mercado de ações deve ter mais paciência. "Ainda tem espaço para subir, desde que no longo prazo, que eu considero que seja de, no mínimo, 5 anos. Se o objetivo do investimento for anterior a isso, é importante avaliar muito bem onde e como aplicar."
Operações de curto prazo devem ser feitas por quem tem experiência de negociação e vivem antenados nas mudanças do mercado ou operam no chamado day trade, composto por operações de compra e venda no mesmo dia.
Os preços das ações praticados hoje são considerados reais pelo sócio-proprietário da Agea. "Algumas ainda estão subvalorizadas, mas o mercado, como um todo, já está operando em um preço ideal", desta relembrando os momentos de euforia que antecederam a crise financeira internacional.
Naka, no entanto, não acredita em retomada dos patamares anteriores à crise, considerados irreais. "Vínhamos em um ritmo muito forte. Foi um período de muita euforia", lembra os especialistas que destaca o alto valor das commodities à época. "Uma hora a própria oferta não ia mais suprir a demanda, o mundo consumia muito, inclusive na Bolsa"
Exatamente por tamanha euforia a queda foi abrupta no estouro da crise. "Havia muita especulação. O Ibovespa não volta aos patamares anteriores tão cedo."
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