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Melhores escolas no Enem têm estrutura e maior tempo de aula

Ranking das dez mais bem colocadas na região contempla apenas unidades privadas; Etec Júlio de Mesquita é destaque entre as públicas

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
30/06/2019 | 09:35
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Pixabay



O ranking de 2018 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) na semana passada, mostra que as escolas mais bem posicionadas do Grande ABC são as que oferecem condições estruturais adequadas, maior tempo de aula e professor com melhores remuneração e formação.

A lista das dez primeiras unidades de ensino é formada por instituições privadas. A Liceu Jardim, em Santo André, lidera o ranking, seguida pela Escola Villare, de São Caetano, e Colégio Termomecanica, de São Bernardo, no segundo e terceiro lugares, respectivamente. Já na outra ponta, no levantamento das dez escolas com piores notas, apenas unidades públicas aparecem, sendo nove estaduais e uma municipal (veja tabela ao lado).

A classificação leva em consideração a média das notas obtidas pelos alunos em cada uma das áreas avaliadas no exame do ano passado – linguagens e códigos, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e redação. Para ter acesso ao levantamento, a equipe do Diário contou com a ajuda da Evolucional, startup com foco em educação, que tabulou os dados fornecidos pelo MEC (Ministério da Educação) nas sete cidades. Foram avaliadas 194 escolas do Grande ABC.

Segundo o coordenador do Observatório da Educação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Paulo Garcia, fica evidente que o nível socioeconômico dos estudantes interfere no aprendizado. “É possível visualizar que a renda familiar e a formação dos pais são fundamentais”, pontua.

Além disso, Garcia cita que parte do resultado da pesquisa também está relacionada ao tipo de estrutura ofertada pela escola. “As maiores diferenças, quando comparamos escolas privadas e públicas, estão nas instalações, nas salas de aula, na biblioteca e nos laboratórios.” Conforme o especialista, o tempo de aula ofertado – geralmente maior na rede privada – também é determinante para a qualidade do ensino. Sem falar na valorização do professor, item que também precisa ser levado em conta, na sua avaliação.

O diretor geral do Liceu Jardim, Daniel Contro, comenta que, há cinco anos, começou a trabalhar com novos eixos pedagógicos, o que, segundo ele, fez toda a diferença para os alunos do 1º ao 3º ano do ensino médio. “O primeiro eixo é de ampliação da carga horária de aulas, estendendo os períodos de estudos semanais. O segundo está no sistema de ensino. Trocamos as antigas apostilas por livros didáticos, o que acreditamos que seja melhor por sua linguagem científica e fontes de pesquisas para os alunos. E, por último, investimento mais intenso na redação.”

A melhor escola estadual do Grande ABC aparece na 24ª posição do ranking do Enem, a Etec (Escola Técnica Estadual) Julio de Mesquita, em Santo André. Na 27ª posição, a aparece a Etec Professora Maria Cristina Medeiros, de Ribeirão Pires, e, na 28ª, a Etec Lauro Gomes, de São Bernardo.

A coordenadora pedagógica Maria de Fátima Banfi, da Etec Julio de Mesquita, lembra que os alunos ingressam na escola por meio de processo seletivo, o que já contribui para o cenário. Além disso, no ensino médio são realizadas atividades interdisciplinares. “Desde o início, os alunos estudam as matérias do ensino médio e as matérias do curso técnico que optaram. Em média, eles estudam 17, 18 componentes curriculares. Além da grade estendida de aula – algumas turmas entram às 7h10, outras às 8h, e vão até às 16h40”, finaliza. 




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