O Corinthians se cansou da falta de profissionalismo de Roger. Não treinar com os companheiros no Recife e depois revelar que estava escondendo uma séria contusão no tornozelo esquerdo foi a gota d’ água. O meia só não disse adeus sexta-feira porque o clube pretende recuperar, ao menos, uma parte dos US$ 3 milhões (cerca de R$ 9 milhões na época) investidos em sua contratação no início de 2005.
Roger está à disposição para quem quiser levá-lo – basta chegar ao Corinthians com uma boa quantia em dinheiro. Propostas envolvendo trocas de jogadores também serão avaliadas.
A revolta dos dirigentes do clube com o meia não é de agora. Até hoje ninguém aceitou a despretensiosa cobrança de pênalti na Copa do Brasil de 2005 – na eliminação para o Figueirense, que resultaria na queda do técnico Daniel Passarella, dias depois.
No clube, o camisa 7 é considerado um craque desmotivado, sem vontade para jogar bola. Sexta-feira, ganhou um de seus últimos aliados no Parque São Jorge.
O técnico Paulo César Carpegiani aceitou a justificativa do meia, de que quer voltar a ser ídolo da torcida e apagar a má impressão deixada nos últimos tempos, inclusive o rótulo de chinelinho. “Um grande jogador, que tem de se enquadrar no profissionalismo do Corinthians. É uma estrela, mas terá de provar com futebol. Se não tiver o que nos satisfaça, sairá do time”, observou Carpegiani, o oitavo treinador da era MSI a falar em nova chance ao atleta.
Carpegiani se reuniu com o jogador antes dos trabalhos físicos de sexta-feira. Ouviu Roger por meia hora e viu sinceridade no atleta. “Ele está chateado com as cobranças da torcida, com a fama de chinelinho. Por isso viajou ao Recife com uma contusão no tornozelo e não disse a ninguém”, falou o técnico. “Isso foi um erro dele. O outro, não treinar com os companheiros após os 2 a 2 com o Náutico. Aqui tem regras, por isso ele será multado. E ninguém vai aliviar”, mandou o treinador.
Pelo regulamento interno do Corinthians, atos de indisciplina grave são cabíveis de multas de 20% do salário. Roger, então, receberá R$ 40 mil a menos este mês. Seus vencimentos são os mais altos do atual elenco: R$ 200 mil.
O alto valor também joga contra o meia no atual momento. No quesito redução da folha de pagamento, o nome de Roger encabeça a lista de quem deve ser dispensado para contenção de gastos. O corintiano não estranhe, porém, se Roger barbarizar nas rodadas iniciais do Campeonato Brasileiro. Não significará que voltou a estar focado apenas no Corinthians. “Para sair de um grande clube e acertar com outro, o jogador deve ir com uma boa imagem”, recomendou Carpegiani.
Pelo que Roger vem apresentando nesta temporada, nem Corinthians, muito menos o jogador, garantiriam boas cifras para seus respectivos cofres – algo que todos querem no momento.
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