A virada de ano na região foi marcada por uma série de assassinatos. Três homens morreram entre as 23h de quarta-feira e 4h de quinta-feira. Os casos foram registrados em Mauá e Diadema. Um presidiário que estava em liberdade por ter sido beneficiado pelo indulto de Natal e outro homem que comemorava o Ano Novo com a família também foram baleados e continuavam internados até o começo da noite de quinta-feira.

Uma das mortes aconteceu após uma discussão por causa de um cigarro, durante uma festa de fim de ano no Parque Real, em Diadema. Depois de comemorar a chegada de 2004 ao lado de familiares, o padeiro Carlos Antonio Inácio, 30 anos, seguiu com seu irmão para a casa de um amigo, onde acontecia uma festa.

Por volta das 4h, um homem conhecido apenas como Edilson lhe pediu um cigarro. O maço que o padeiro trazia consigo estava quase vazio e isso teria irritado Edilson, que tomou o pacote das mãos de Inácio e o jogou no chão. Teve início então um bate-boca e o padeiro deixou a casa em direção à rua, onde pretendia alertar a polícia sobre o incidente. Poucos minutos depois, o irmão de Inácio também deixou a festa e encontrou o padeiro caído no chão.

Uma faca de cozinha estava cravada em suas costas. Inácio não resistiu ao ferimento e morreu antes mesmo da chegada da polícia. Edilson, que é o principal suspeito pelo assassinato, fugiu e até a tarde de quinta-feira ainda não tinha sido encontrado pela polícia.

Em outro caso ocorrido em Diadema, o aposentado José Hilário Pereira, 54 anos, foi baleado na cabeça por volta da 0h30, quando deixava sua casa, no Jardim Marilene. Segundo moradores do bairro que viram o assassinato, o tiro teria sido dado por um homem sentado na garupa de uma motocicleta. Até quinta-feira à tarde, o rapaz não tinha sido identificado e permanecia foragido.

Já o presidiário R.S. conseguiu sobreviver a uma tentativa de execução da qual foi vítima na madrugada de quinta-feira. Ele foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro Central de Diadema, depois de ter sido baleado. Mais tarde, S., que estava em liberdade provisória, foi transferido para o Hospital Público de Diadema, onde ficou internado. S. não portava documentos e, até a tarde de quinta-feira, a polícia tinha conseguido identificar apenas seu nome.

Em Mauá, Gilberto Dourado da Silva foi baleado no Jardim Zaíra, cinco minutos depois da virada de ano. Uma discussão com um vizinho conhecido apenas como Valdemar resultou em uma briga que terminou com Silva baleado. Ele foi socorrido por familiares e levado para o Hospital Nardini, onde permanecia internado até quinta-feira à noite.

Ainda em Mauá, por volta das 2h de quinta-feira, Ricardo Gonçalves da Silva foi assassinado com um tiro nas costas no Jardim Oratório. A esposa de Silva, V.S., estava no portão de casa quando ele apareceu pedindo socorro. A vítima chegou a ser socorrido mas morreu no Hospital Nardini. Silva não conseguiu contar à mulher quem atirou contra ele nem o motivo.