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The Supermãe comemora bodas de ouro

Coletânea comemorativa da personagem tem curiosidades, esboços e textos inéditos

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
19/06/2019 | 07:14
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Divulgação


Toda mãe que se preze é dotada de superpoderes. Mas a criada por Ziraldo há 50 anos, a Dona Clotildes, é especial. Além de força e coragem ilimitadas, sua vestimenta nas cores azul, amarela e vermelha – tons de sua capa – era a marca que comprovava fazer parte do seleto time de seres com feitos notáveis. Tudo em prol do filho, Carlinhos.

O ilustrador, que está com 86 anos, retratou com muito humor os apelos melodramáticos de The Supermãe, de 1968 a 1984, em tiras do Jornal do Brasil e nas páginas da revista Claudia. A personagem se tornou atemporal e eterna, tanto que acaba de ganhar edição comemorativa, o Almanaque 50 Anos – The Supermãe (Editora Moderna, R$ 102), onde são apresentados esboços, textos inéditos e curiosidades desta heroína.

Em suas 120 páginas estão registradas a criatividade e o estilo de um dos maiores desenhistas do País. “A mãe do Ziraldo (Zizinha) sempre foi protetora. Quando ele veio morar no Rio, sozinho, ela ficava muito preocupada, aquela coisa de mãe mineira. Então, a personagem é um pouco de todas as mães, a dele e a dos amigos. Quando estava mostrando o livro pronto para, ele lembrou: ‘Algumas dessas histórias foi minha mãe que me contou’”, relata um dos organizadores da publicação, Tarcísio Vidigal, que, junto com a sobrinha do cartunista, Adriana Lins, trabalhou um ano em cima do almanaque. “Ziraldo está vindo de um AVC (Acidente Vascular Cerebral, sofrido ano passado). Quando mostramos o almanaque para ele, ficamos quatro horas conversando, ficou muito emocionado. É uma personagem especial”, acrescenta Vidigal, que também é seu amigo pessoal.

A seleção de histórias de D. Clotildes e seu filho narra uma “saga materna ziraldiana”, e o próprio cartunista sempre se considera uma supermãe, que, assim como a personagem, acompanha em detalhes a vida dos filhos e que sempre quis saber onde eles estavam e a que horas voltariam. Por isso, houve quem dissesse até que ela seria seu alter ego.

Durante todo o tempo que trabalhou em cima dela, Ziraldo quase nunca repetiu histórias publicadas. O material é muito rico e, segundo Vidigal, tem fôlego para mais um almanaque. “E quando apareceu a nora, ganhou um respiro a mais, formou-se um triângulo amoroso (risos). É o clássico conflito entre sogra e nora, apesar que eu, se tivesse uma sogra como ela, iria adorar. E o mais interessante: toda mãe se identifica com as histórias, que são hilárias”, finaliza o organizador. Trata-se de uma publicação imperdível.  




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