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Mauá corta auxílio-aluguel de famílias do Jd.Kennedy

Administração diz que benefício, que deveria durar até solução habitacional, termina em julho

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
15/06/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Dez famílias que foram removidas em janeiro de 2018 do Jardim Kennedy, em Mauá, após deslizamento de terra na noite de Ano-Novo matar um menino de 10 anos soterrado, foram informadas pela Prefeitura que serão excluídas do programa de auxílio-aluguel. Segundo os munícipes, todos foram retirados da área de risco com a promessa de receber o benefício – no valor de R$ 400 – até que fossem contemplados de forma definitiva com uma unidade habitacional.

No entanto, algumas famílias já receberam ofícios da administração municipal, datados de 30 de maio, sobre o fim dos repasses. No documento, as pessoas foram informadas que o benefício só será pago até 10 de julho. Os moradores afirmaram que, em 2018, quando foram retirados de suas residências, o então prefeito Atila Jacomussi (PSB), afastado por processo de impeachment em abril deste ano, prometeu que o auxílio seria pago por tempo indeterminado.

“Foram bem claros, que o período para solução habitacional poderia levar de dois a sete anos. E como agora querem interromper?”, questionou o mecânico desempregado Remerson da Silva Tibúrcio, 33 anos. Assim como o munícipe, outras famílias também têm documentos em que está assinalado que o benefício seria pago de forma permanente.

Em outubro do ano passado os moradores também haviam sido informados sobre o fim dos pagamentos a partir de 10 de dezembro. Entretanto, após série de reuniões, foram feitos novos cadastros pela Secretaria de Habitação da cidade e o repasse do auxílio foi mantido. “A gente só quer que cumpram o que foi prometido”, afirmou o auxiliar de escritório Alex Sandro Gomes Barbosa, 30.

Tibúrcio, que ainda não recebeu a notificação, relatou ter sido infomado por Barbosa, há poucos dias, sobre o fim dos pagamentos. “Estava na Prefeitura, porque tinha ido levar o comprovante do pagamento de aluguel”, relembrou. O morador afirmou que chegou a ser recebido por uma funcionária da Secretaria de Habitação, que confirmou que a atual gestão, sob comando da prefeita Alaíde Damo (MDB), resolveu encerrar os pagamentos e que a decisão seria definitiva. “Disseram para que a gente fosse buscar nossos direitos. A gente não quer roubar ninguém, não queremos nada que não seja nosso. Mas tínhamos nossa casa, nos prometeram que ela seria, de alguma forma, devolvida, e, agora, estamos prestes a perder a ajuda”, lamentou. A família de Tibúrcio gasta R$ 500 com aluguel, portanto, precisa complementar do próprio bolso a diferença.

O núcleo habitacional Jardim Kennedy contava com 300 famílias na época do deslizamento, em 2018, sendo que 15 delas ocupavam área perigosa e precisariam ser retiradas.

>Apesar dos ofícios apresentados pelos munícipes, a Prefeitura de Mauá informou, por meio de nota, que “as famílias do Jardim Kennedy sujeitas aos benefícios emergênciais estão recebendo toda a assessoria necessária e que os auxílios financeiros em relação a esta questão estão sob estudos”. 




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