O governo do Estado anunciou ontem que 150 imóveis onde funcionam escolas do Grande ABC serão beneficiados por amplo programa de reforma estrutural, que inclui acessibilidade a alunos, funcionários e visitantes que possuam mobilidade reduzida. Cento e vinte e três milhões de reais serão investidos em obras de infraestrutura que beneficiarão as sete cidades da região. Ao divulgar a informação, o Palácio dos Bandeirantes não fez a associação, mas o projeto vem ao encontro da resolução de denúncia que este Diário fez há pouco mais de um mês, quando mostrou que a precariedade dos prédios escolares estaduais impedia que tivessem o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros).
A determinação do governo paulista chega com certo atraso. Faz algum tempo que reformas estruturais são necessárias. Todavia, não é momento para crítica: antes tarde do que nunca. Como bem lembrou o secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares, a rede é enorme, espalhada pelos 645 municípios do território bandeirante, e muitas escolas funcionam em prédios centenários – 80% das unidades têm mais de 30 anos de construção, época em que preocupação com a acessibilidade e segurança era incipiente. Como erguer imóveis novos, adaptados à nova realidade social, é praticamente impossível, dado o alto custo envolvido, a saída é a ora anunciada pelo Palácio dos Bandeirantes.
Material divulgado pela equipe do governador João Doria (PSDB) não deixa dúvidas sobre o propósito das medidas anunciadas: as reformas devem garantir a inclusão de itens que garantam acessibilidade aos imóveis e dispositivos de segurança das escolas. Atacam, assim, exatamente os problemas que impedem que os colégios sejam avalizados pelos bombeiros e que foram exaustivamente expostos em reportagem deste jornal, que precisou recorrer à Lei de Acesso à Informação para obter os dados. Que a atenção do Palácio dos Bandeirantes aos anseios do Grande ABC se estendam a outros temas caros à comunidade regional, como a implantação do Metrô na Linha 18-Bronze.
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