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Berzoini na frigideira
25/09/2006 | 23:30
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O ex-diretor de gestão e risco do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso, disse em entrevista ao jornal O Tempo, de Belo Horizonte, publicada segunda-feira, que o petista Jorge Lorenzetti agiu “como interlocutor” do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, ao chefiar a operação destinada a comprar e divulgar um dossiê contra os tucanos. Por causa do escândalo produzido pelo episódio, Berzoini se afastou da coordenação nacional da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“A operação inteira foi chefiada pelo Jorge Lorenzetti, agindo como interlocutor do Ricardo Berzoini”, declarou Expedito ao jornal mineiro. Segundo ele, apenas o ex-chefe do serviço de inteligência da campanha de Lula, também conhecido como churrasqueiro predileto do presidente, conversou com Berzoini sobre o dossiê. “Toda vez que fui chamado para conversar sobre esse dossiê em Cuiabá, fui convidado pelo Lorenzetti”. Expedito, no entanto, ponderou que não saberia dizer se Lorenzetti “abria todo o jogo com o Berzoini, se falava de dinheiro, da documentação comprometedora”.

A exemplo dos outros implicados diretamente no escândalo o ex-diretor do BB procurou desvincular o presidente da República de qualquer participação no episódio. “Meu feeling é que Lula não sabia de nada”. Ele afirmou também que na operação era responsável por fazer “o trabalho político-técnico do dossiê” montado pelos empresários Luiz Antônio e Darci Vedoin, donos da Planam e chefes da máfia dos sanguessugas. “Fui lá (em Cuiabá) avaliar o conteúdo técnico da documentação e o suposto proveito político que o PT podia tirar.”

Sigilos – O ex-diretor do BB, de acordo com O Tempo, refutou a suspeita da Polícia Federal de que ele tenha violado o sigilo bancário do empresário Abel Pereira, “É uma possibilidade remota de acontecer por causa da rigidez do sistema e das regras do Banco do Brasil”. Expedito disse que no início desconhecia que havia dinheiro envolvido na negociação. Repetiu que os Vedoin pediram R$ 20 milhões pelo material, mas o preço foi caindo até R$ 1,75 milhão. Sobre a origem do dinheiro, não deu qualquer informação. “Não sei de onde o Valdebran (Padilha) ia tirar o dinheiro.”



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