Ao dar entrada com uma representação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra a Coca-Cola em agosto de 2003, a Dolly tornou público duras denúncias contra a multinacional. O proprietário da marca, Larte Codonho, ancorado em gravações ocultas, acusa a Coca-Cola de praticar concorrência desleal, sabotagem, abuso de poder econômico, sonegação fiscal, e ainda levanta uma grave suspeita: a folha de coca integraria a composição do extrato vegetal do refrigerante.

A direção da Coca-Cola, por meio de nota, nega as denúncias da Dolly e diz estar sendo "alvo de campanha difamatória com métodos escusos, orquestrada pelo dona da Dolly, Laerte Codonho". A multinacional informa que recolhe R$ 2 bilhões em impostos anualmente, não praticando sonegação fiscal.

Em relação ao extrato vegetal do produto, a Coca-Cola diz que laudo do Instituto Nacional de Criminalística, de 2000, atesta a ausência de substância entorpecente ou psicotrópica.

A Ragi e a Spal, principal engarrafadora da Coca-Cola, já travaram uma disputa judicial. A fábrica de Diadema venceu a queda-de-braço em fevereiro deste ano, quando o juiz da 18ªVara Cível de São Paulo, Beethoven Giffoni Ferreira, julgou improcedente a ação indenizatória movida pela Spal. O processo foi movido para reparar supostos danos causados pelas campanhas publicitárias da Dolly.