Análise de balanços da gestão Marinho sobrestam pauta em S.Bernardo; governo tenta rejeitá-los
No primeiro dia em que a análise das contas de 2015 e de 2016, últimos anos de governo do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), sobrestou a pauta, a Câmara de São Bernardo ficou paralisada. Pelo regimento interno, a avaliação das contabilidades se tornou item obrigatório e, como o governo de Orlando Morando (PSDB) ainda não dispõe de votos necessários para rejeitar os balanços do petista, nada foi votado.
A sessão se resumiu à leitura de alguns documentos e a inúmeras suspensões. Vereadores andavam pelos corredores e usaram o tempo para atendimento de munícipes em seus gabinetes. Teve parlamentar que assinou o espelho de presença e, pouco tempo depois, deixou a casa.
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) aprovou as contas de 2015 e de 2016. Mas a comissão mista da Câmara de São Bernardo entendeu que os balancetes merecem rejeição. Se dois terços do Legislativo optarem por não seguir a recomendação do TCE, Marinho pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficaria inelegível – o petista ensaia ser candidato ao Paço em 2020. Nunca a cidade barrou uma conta que veio com parecer positivo do tribunal de contas.
Ontem, a avaliação nos corredores da casa foi a de que o governo Morando não conseguirá os votos necessários para vetar as contas. Alguns parlamentares – inclusive governistas – apontaram falha no diálogo entre Executivo e Câmara como fator principal para a resistência interna.
Durante a sessão, as galerias foram tomadas por militantes do PT. Entre eles estavam o ex-vereador José Ferreira, a ex-presidente estadual do petismo Rozane Sena, a Zaninha, e o ex-secretário de Planejamento de Santo André (no governo de Carlos Grana) Alberto Alves de Souza. Eles disseram que foram à casa protestar por falta de unidades habitacionais, demandas na área da educação e também criticar o fato de o Legislativo estar paralisado devido às contas de Marinho.
Presidente da casa, Ramon Ramos (PDT) estimou que no máximo em 15 dias as duas contas serão analisadas e entrarão em votação. “Os vereadores já se estenderam sobre as contas de 2016 e vão fazer isso nas de 2015. Será bem antes do recesso. Há outros projetos importantes que temos de votar.”
Ramon rechaça influência política na votação e nega pressão do Paço
O presidente da Câmara de São Bernardo, Ramon Ramos (PDT), voltou a dizer que a análise das contas de 2015 e de 2016, últimos anos de gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), será “estritamente técnica” e que a influência do governo de Orlando Morando (PSDB) “é zero” no debate.
“Se fizéssemos uma discussão coletiva, muito provavelmente seria enviesado (para o lado político). Cada vereador tem a liberdade de avaliar os dois pareceres, com auxílio técnico”, afirmou o pedetista.
Ramon também minimizou o fato de São Bernardo nunca ter rejeitado uma conta de prefeito ou ex-prefeito que tenha chegado à casa com parecer positivo do TCE (Tribunal de Contas do Estado). “Veja nas câmaras ao nosso redor. Em Diadema, o TCE recomendou a rejeição e a Câmara aprovou as contas do Lauro (Michels, PV, na semana passada). As do (José) Auricchio (Júnior, PSDB), em São Caetano, também.”
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