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Governo vai ajudar construtoras
18/10/2008 | 07:14
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Preocupado com o risco de interrupção do crescimento do setor de construção civil, o governo prepara medidas para socorrer as construtoras.

A CEF (Caixa Econômica Federal) poderá dar garantias aos financiamentos concedidos por outras instituições financeiras às empresas. O banco estatal - líder no financiamento imobiliário - também vai lançar uma linha especial de crédito para as construtoras que tenham bons projetos.

As medidas em estudo visam preservar o clima de confiança no setor da construção civil, que nos últimos anos teve forte expansão e agora está enfrentando a restrição de liquidez.

Segundo o consultor de habitação da Caixa, Teotônio Rezende, o governo quer garantir a continuidade dos empreendimentos. "Estamos estudando a construção de um instrumento de garantia para dar segurança ao banco que financiar a empresa. Pode ser um seguro", disse Rezende.

Segundo ele, o governo vai buscar uma forma de evitar a paralisação dos empreendimentos. "A preocupação é justamente essa, é estratégico evitar uma crise de confiança que teria grande efeito de contaminação", disse.

O consultor explicou que as construtoras foram surpreendidas descapitalizadas no contrapé da crise.

O diagnóstico do governo é que boa parte dessas empresas acreditou que essa porta de entrada de dinheiro continuaria aberta e investiram tudo na compra de terrenos. Fizeram uma aposta arrojada no lançamento de empreendimentos imobiliários e, agora, com a volatilidade da Bolsa de Valores e queda do preço dos ativos, enfrentam uma situação financeira muito difícil, na avaliação dos técnicos.

Teotônio Rezende comentou, ainda, que, neste momento, não basta simplesmente ampliar a oferta de dinheiro. "É preciso fazer algo diferente do convencional. Uma coisa é ter dinheiro, outra é bancar o risco do mercado", disse o consultor.

Para ele, como as empresas podem estar fragilizadas financeiramente, os bancos poderão passar a exigir garantias adicionais para a concessão do empréstimo. Por isso, a necessidade de definir instrumentos que permitam a construção de um modelo de garantia. "O que os Estados Unidos e a Inglaterra estão fazendo é colocar bilhões inimagináveis para socorrer o sistema. Estamos a anos luz do tamanho dos problemas deles", enfatizou.

"O que se está buscando é uma linha de crédito que permita que essas empresas continuem operando", finalizou.




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