Aparecida de Oliveira Alves, 83 anos ontem completados, confessa: era pior que moleque quando menina
* Traquinagens da neta do Paulo Piranga
* Bois enfeitados com flores de papel
* Café, pão e queijo na casa de Catina Bitolo
* Quem lembra do Laboratório Torres?
* A Vergueiro de baixo, a Vergueiro de cima
Aparecida de Oliveira Alves, 83 anos ontem completados, confessa: era pior que moleque quando menina. Fazia mil traquinagens. A avó materna a chamava de vaca quintaleira. Costumava derrubar cercas para roubar frutas; tomava emprestada peneira para pescar camarão no Ribeirão dos Meninos.
Camarão no Ribeirão dos Meninos? É isso mesmo. Dava camarão e peixes nos córregos que formavam a Bacia dos Meninos, entre Rudge Ramos, São Paulo, Santo André e São Caetano. O problema não era tomar emprestada a peneira; era estragar a peneira.
Uma vez a pequena Cida encontrou o ninho de uma pata chocando. Os ovos foram reunidos, misturados. Nem ela nem os irmãos menores conseguiram comer aquele grude.
Pelo lado materno, Dona Cida descende de imigrantes alemães fugidos da guerra. Numa São Bernardo colonial, ainda rural, povoada de imigrantes italianos, a presença alemã numa feliz mistura étnica com os brasileiros Piranga.
A igreja representava o lazer, com a antiga capelinha de São João Batista e suas procissões pelas ruas do bairro dos Meninos. Os carros de boi que conduziam as prendas - outros bois, tijolos, bezerros, porcos - eram enfeitados. As moças punham flores de papel na cabeça dos animais.
Havia coreto no bairro. E a procissão terminava na casa de Catina, irmã do Pedro Bitolo, e ali todos se serviam de café com pão e queijo.
A procissão seguia pela Estrada do Vergueiro. No trecho da atual Avenida Doutor Rudge Ramos havia a Vergueiro de baixo separada pela Vergueiro de cima, na verdade trecho do Caminho do Mar restaurado pelo Doutor Rudge Ramos, um delegado de polícia em São Paulo. Cercas de ferro dividiam as duas Vergueiro; pela estrada de cima passavam as boiadas em direção ao matadouro. Nem se falava em Via Anchieta.
Na Estrada do Taboão, perto da Chácara do Doutor Rudge Ramos, funcionava o Laboratório Torres, que trouxe de São José dos Campos o auxiliar de laboratório João Alves. Trabalhador, João Alves chegou a encarregado de laboratório e enamorou-se da jovem Aparecida, recém-admitida na empresa.
Cida já não era a menina das traquinagens. Era uma linda moça, prendada, com quem João Alves se casou naquele 3 de fevereiro de 1945.
A FAMÍLIA
Os pais de Cida chamavam-se Manoel Alves de Oliveira (1893-1974) e Antonia Mariana (1908-1975). Tiveram dez filhos; criaram seis: Aparecida (nossa personagem), Francisco, Paulina, Nair, Valdomiro e Milton.
AMANHÃ EM MEMÓRIA
Aulas de costura com Matilde Miagawa, a chácara do Doutor Rudge Ramos, agora chácara do Lauro; Dona Cida vai costurar para Dona Nenê, a primeira-dama de São Bernardo.
EM 1º DE FEVEREIRO DE...
1920 - Antonio Freire nasce em Torre de Vale de Todos, em Portugal, filho de Arthur Freire e Beatriz Ferreira Arnaut. É o Toninho do Nosso Bar, monumento histórico do Centro de Santo André.
1935 - Humberto Moura nasce em Santo André, na Rua Coronel Oliveira Lima. Funcionário público graduado de Santo André e um dos orientadores desta página Memória.
HOJE
Dia do Publicitário
SANTOS DO DIA
Brígida, Henrique Morse, Severo (ou Severino) e Veridiana. Na estampa, Santo Inácio de Loyola, nascido na Espanha (1491) e falecido em Roma (1556). Foi o fundador da Companhia de Jesus, dos jesuítas. Sua festa litúrgica é comemorada em 31 de julho.
Agenda da Fundação Pró-Memória de São Caetano
10 anos da fundação do Tênis Clube local (2000).
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